O Irã afirmou mais uma vez neste sábado (06/04) que tem direito de enriquecer urânio e pediu às grandes potências que renunciem política hostil contra a República Islâmica. O comunidado foi feito pelo negociador-chefe iraniano, Saeed Jalili, ao término da quinta rodada de negociações nucleares com o Grupo 5+1 na cidade cazaque de Almaty.
“Consideramos que o direito ao enriquecimento (de urânio) é um direito inalienável do povo iraniano, seja 5% ou 20%”, afirmou Saeed Jalili em entrevista coletiva.
No Grupo 5+1, as grandes potências propuseram que Teerã reduza suas atividades de enriquecimento de urânio em troca de uma suavização das sanções para dissipar as dúvidas da comunidade internacional sobre o variante militar de seu programa nuclear.
“Se a outra parte respeitar nosso direito ao enriquecimento e à atividade pacífica na esfera nuclear, isto ajudaria muito a avançar”, disse Jalili.
Sem fazer referência diretamente às sanções internacionais, Jalili destacou que as grandes potências fizeram muito nos últimos tempos para contribuir à desconfiança entre ambas as partes.
“Agora terão que obter a confiança do povo iraniano. Falamos nas negociações que a atitude hostil em relação ao Irã se contradiz com o espírito de confiança. Por isso, se falamos de criar confiança, então o comportamento hostil deve terminar”, disse.
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O negociador iraniano ressaltou que o Grupo 5+1 decidiu fazer uma pausa nas negociações para estudar minuciosamente o “plano de ação” apresentado por Teerã.
Em todo caso, Jalili manifestou sua satisfação pelo andamento das conversas e destacou que a partir de agora, tudo dependerá da sinceridade das grandes potências na hora de tomar medidas de confiança.
Previamente, a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, assegurou hoje que o Grupo 5+1 – os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU -EUA, China, Rússia, França e Reino Unido- mais Alemanha, fará uma pausa nas negociações com o Irã.
“Ficou claro que as posturas do Irã e do G5+1 ainda são distantes”, disse em entrevista coletiva Ashton, que assegurou que as delegações vão manter contato com suas respectivas capitais para decidir os próximos passos.
Ao mesmo tempo, a diplomata destacou que é a primeira vez que ambas as partes analisam em profundidade todos os aspectos do problema nuclear do Irã, destacando o objetivo das sanções impostas ao Irã, que é precisamente exercer pressão sobre a República Islâmica para que o processo avance e conseguir uma solução ao problema nuclear.
Segundo os especialistas, a proximidade das eleições presidenciais iranianos em junho de 2013 impede que Teerã adquiria o compromisso de aceitar as propostas das grandes potências.