O aiatolá Ali Khamenei aceitou hoje (23) a proposta do Conselho dos Guardiães de prorrogar em cinco dias o prazo para a apresentação de queixas relacionadas às eleições do último dia 12, apesar de o organismo não cogitar uma nova eleição. Outro anúncio, feito pelo Parlamento iraniano, foi a posse do presidente reeleito Mahmoud Ahmadinejad, que deve acontecer entre 26 de julho e 19 de agosto.
O resultado da eleição – vencida por Ahmadinejad com 64% dos votos – foi recebido com protestos da oposição iraniana. O Conselho de Guardiães, encarregado de validar os resultados do pleito eleitoral, recebeu até o momento cerca de 646 queixas de irregularidades na votação. Ainda segundo o órgão, em pelo menos 50 cidades o número de votos foi o maior que o de eleitores registrados.
No entanto, o Conselho já disse que nem a apuração aleatória nem os votos a mais mudarão significativamente o resultado do pleito. Além disso, em nenhum momento cogitou a repetição das eleições.
“Se tivesse ocorrido uma grave ilegalidade nas eleições, o Conselho teria anulado os votos nas urnas, colégios, distritos ou cidades envolvidas, como já fez outras vezes em eleições parlamentares”, disse o porta-voz do órgão, Ali Abbas Kadkhodaei.
“Mas, felizmente, nestas eleições presidenciais não encontramos vestígios de nenhuma fraude maciça. Não houve violações graves. Portanto, não há chances de o pleito ser anulado”, ressaltou.
Obama critica violência
O presidente Barack Obama afirmou hoje, durante coletiva de imprensa na Casa Branca, estar “ultrajado” com a repressão contra os manifestantes iranianos. “Os Estados Unidos e a comunidade internacional estão preocupados e escandalizados pelas ameaças, surras e prisões dos últimos dias”, disse.
O presidente, que foi criticado nos Estados Unidos por não se posicionar firmemente diante da crise iraniana, condenou “energicamente estas ações injustas”. Obama declarou que irá monitorar a situação no Irã antes de pensar em qualquer procedimento. “Eu deixei claro que os Estados Unidos respeitam a soberania da Republica Islâmica do Irã, e não irá interferir nos assuntos iranianos”.
“Está nas mãos deles decidir qual caminho irão escolher”, e acrescentou dizendo que “obviamente não é encorajador em termos do caminho que este regime pode optar por tomar”.
Bons vizinhos
O presidente dos Estados Unidos disse querer estabelecer com toda a América Latina as relações baseadas no respeito mútuo que mantém com países como Brasil e Chile.
Quando perguntado a respeito de suas relações com a presidente do Chile, Michele Bachelet, que está em visita ao país, ele usou o governo de Lula para exemplificar as boas relações. O presidente norte-americano defendeu uma relação “de respeito” com os países latino-americanos, independentemente da orientação ideológica de seus governos.
Neste sentido, destacou que os Estados Unidos não estarão sempre de acordo com a política do presidente Lula, que “tem uma orientação política muito diferente do que a maioria dos americanos”. Ele elogiou o presidente brasileiro brasileiro, dizendo se tratar de um “homem de medidas práticas”.
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