O grupo islamita Irmandade Muçulmana apresentará seu “número dois”, Khairat el-Shater, como candidato à presidência do Egito, informou neste sábado (31/03) rede Al Jazeera.
Apesar de no princípio o partido ter se comprometido que não iria aspirar à chefia de Estado, o Conselho da Shura do grupo decidiu, em uma votação apertada, apoiar Shater, o que pode ter grande influência no pleito devido ao enorme peso popular da legenda.
Fontes do grupo que pediram anonimato confirmaram a notícia à agência Efe e anteciparam uma entrevista coletiva que está prevista ainda para hoje na qual será oficializada a candidatura de Shater.
A decisão chega em meio a grandes divergências entre o poderoso grupo islamita e a Junta Militar que dirige o país.
Os Irmãos Muçulmanos mantêm outro confronto aberto com as forças liberais e laicas do país, que os acusam de querer monopolizar a redação da nova Constituição.
Shater, engenheiro de 62 anos, é considerado o factótum dos Irmãos Muçulmanos, aos quais forneceu grandes quantidades de dinheiro obtidas pelo rendimento do conglomerado empresarial que controla.
O provável candidato, que deverá ainda receber a aprovação da mais alta instância do grupo, foi condenado em 15 de abril de 2008 a sete anos de prisão por lavagem de dinheiro e pertinência a uma organização proibida, mas, após o triunfo da chamada Revolução de 25 de Janeiro, foi libertado.
Exatamente esta condenação semeia dúvidas sobre sua possibilidade de apresentar-se às eleições, já que, segundo publicaram nesta semana os meios de comunicação egípcios, Shater poderia estar inelegível para cargos públicos.
O jornal “Al-Ahram” publicou nesta semana que o Partido Liberdade e Justiça – ligado aos Irmãos Muçulmanos – solicitou à Junta Militar que conceda a Shater um indulto para poder concorrer à presidência.
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