Após indicações de resultado apertado nas eleições gerais, o presidente de Israel, Reuven Rivlin, disse nesta terça-feira (17/03) que irá trabalhar para que os líderes do partido Likud, Benjamin Netanyahu, e da coalizão União Sionista, Isaac Herzog, formem um governo de unidade nacional. Pesquisas de boca de urna divulgadas após o fechamento das urnas indicam que ambos os candidatos obtiveram 27 cadeiras no Knesset, o Parlamento israelense.
Com o resultado apertado — cujos números finais devem sair só na manhã de quarta-feira (18/03) — não é possível dizer ainda quem será o próximo primeiro-ministro israelense, já que a nomeação dependerá de negociações entre os partidos eleitos para formar coligações e buscar a maioria parlamentar que sustente o novo governo.
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“Estou convencido de que apenas um governo de unidade nacional pode evitar a rápida desintegração da democracia de Israel e novas eleições em um futuro próximo”, afirmou Rivlin.
De acordo com a legislação eleitoral de Israel, após o pleito é o presidente do país quem decide qual dos líderes políticos terá a primeira chance de tentar formar um governo, baseando-se nos números do pleito e nas recomendações de todos os partidos.
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Apesar não ter obtido maioria, o atual primeiro-ministro e candidato pelo Likud, Benjamin Netanyahu, comemorou o resultado. No Twitter, escreveu que “contra todos os prognósticos, foi uma grande vitória para o Likud”. As pesquisas de opinião anteriores ao pleito indicavam que o Likud obteria quatro cadeiras a menos do que a União Sionista, cenário refutado pelas pesquisas de boca de urna.
Já o dirigente do esquerdista Meretz, Zahava Gal-On, pediu a Herzog para não formar um governo de unidade com o Likud.
Agência Efe
Partidários do Likud comemoram resultado
“Contra todas as previsões e a campanha contrária ao Meretz, alcançamos uma conquista significativa. Por isso, peço a Herzog que forme um governo de centro-esquerda e que não vá à direção de um governo de unidade com o Likud”, disse Gal-On ao Channel 2. O partido obteve cinco cadeiras, de acordo com as projeções.
Já Herzog garantiu que vai esperar pelos resultados oficiais. “O público quer uma mudança verdadeira. Eu chamo todos os partidos sociais para se unirem ao meu governo”, acrescentou.
Fiel da balança: centrista Kulanu
A formação da maioria dependerá o posicionamento do centrista Kulanu, que obteve 10 cadeiras. Liderado por Moshe Kahlon, o Kulanu (Todos Nós, em tradução livre), não se comprometeu, durante a campanha, com nenhum dos dois blocos, manteve uma posição vaga em relação ao conflito com os palestinos e concentrou-se em uma propaganda focada em diminuir o custo de vida no país.
Alguns analistas dizem que ele seria um parceiro “natural” de Netanyahu, pois é dissidente do Likud. Outros afirmam que Kahlon “não suporta” Netanyahu e que preferiria trabalhar com Herzog.
Ilustração mostra possível coalizão pró Netanyahu:
La coalición q le daría el gobierno a Netanyahu. Todo depende de Kulanu y los resultados definitivos (vía @voxdotcom) pic.twitter.com/9uEVNlDfOz
— Principia Marsupia (@pmarsupia) 17 março 2015
Resultado
A votação atingiu a maior participação desde 1999, com um comparecimento de 81,74% dos eleitores.
Em terceiro lugar no pleito ficou a Lista Conjunta, formada por quatros partidos que representam a minoria árabe de Israel, que terá entre 12 e 13 cadeiras. O resultado obtido pela coalizão é a grande novidade destas eleições.
Apesar do bom resultado, analistas consideram que não há possibilidade de que a Lista Conjunta integre o próximo governo, mas ressaltam o fato de que ele terá um papel considerável na próxima legislatura.
Em quarto no pleito figura Yesh Atid, do ex-ministro de Finanças Yair Lapid, com 11 ou 12 deputados.
No final da lista, segundo as pesquisas, estão os partidos ultra-ortodoxos Judaísmo Unido da Torá e Shas, com seis ou sete cadeiras cada um; Meretz, com cinco; e o partido ultranacionalista Yisrael Beiteinu, também com cinco.