O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou nesta quarta-feira (31/08) uma nota em que diz lamentar o que chama de “manifestações de incompreensão” dos governos de Bolívia, do Equador e de Cuba, que se posicionaram publicamente contra o impeachment de Dilma Rousseff, o qual classificam como um “golpe de Estado”.
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O Itamaraty afirmou, em seu comunicado, que o processo foi conduzido com respeito às leis e à Constituição brasileira e disse que as posições desses países “reincidem em expressões equivocadas que ignoram os fundamentos de um Estado democrático de direito”.
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Ministério das Relações Exteriores afirma que Bolívia, Equador e Cuba “reincidem em expressões equivocadas”
Após a aprovação do impeachment de Dilma no Senado, o presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou que o país convocou de volta seu embaixador em Brasília. Em sua conta de Twitter, o mandatário boliviano ondenou o “golpe parlamentar contra a democracia brasileira”.
Antes da Bolívia, o presidente do Equador, Rafael Correa, havia declarado que iria retirar seu encarregado da embaixada do Brasil. Minutos após o resultado da votação no Senado, Correa escreveu em seu Twitter que a destituição de Dilma era “uma apologia ao abuso e à traição”, “que nos recordam as horas mais obscuras de nossa América”.
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Já o governo de Cuba divulgou um comunicado em que rechaça “energicamente o golpe de Estado” contra Dilma Rousseff e diz que a decisão do Senado brasileiro “constitui um ato de desacato à vontade soberana do povo que a elegeu”.
Leia abaixo a nota do Itamaraty:
O Governo brasileiro lamenta as manifestações de incompreensão dos Governos da Bolívia, do Equador e de Cuba sobre a conclusão do processo de impedimento da ex-Presidente da República. O processo foi conduzido em estrito respeito ao que estabelecem as leis e a Constituição brasileiras e constitui um exemplo que fortalece a democracia no país e na região.
Os Governos desses países reincidem em expressões equivocadas que ignoram os fundamentos de um Estado democrático de direito, como o que vige de maneira plena no Brasil. O Governo brasileiro conclama as autoridades desses países a manterem a serenidade e a respeitarem os princípios e valores que regem as relações entre as nações latino-americanas.