Yoshihide Suga, chefe do governo japonês, não se apresentará para continuar na liderança do Partido Liberal Democrata (PLD), nas eleições internas no dia 29 de setembro. Suga permanecerá no cargo de presidente da legenda conservadora até a escolha de seu sucessor, que provavelmente se tornará o novo primeiro-ministro, já que o PLD detém a maioria das cadeiras no Parlamento. As próximas eleições legislativas acontecem em 17 de outubro.
A decisão causou surpresa já que, apesar de sua impopularidade junto à população, Suga era considerado o candidato favorito para continuar no comando do PLD.
O primeiro-ministro do Japão é criticado pela sua ação durante a pandemia. O país vem tendo dificuldades para controlar as contaminações e quarta onda de covid-19 desde o início da crise sanitária.
Suga comemorou o fato de ter conseguido organizar Jogos Olímpicos “sem riscos”. A afirmação é verdadeira, mas do lado de fora da vila olímpica, que se transformou em uma espécie de “bolha sanitária”, as infecções continuaram subindo, principalmente em Tóquio, com a predominância da variante Delta. Muitos japoneses pensam que o governo sacrificou a segurança sanitária da população e perderam a confiança no primeiro-ministro e na burocracia que impediu o controle da epidemia.
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Yoshihide Suga vai deixar cargo de primeiro-ministro do Japão
O Japão resistiu durante muito tempo à covid-19, em comparação com outros países. Este não é mais o caso: os hospitais públicos estão cheios, o que obriga o governo a limitar as hospitalizações aos casos mais graves. A burocracia do país também prejudica o fornecimento e distribuição das vacinas. Apenas 42% da população está completamente imunizada contra o coronavírus.
Ampliação de medidas
O governo pretende ampliar para a maior parte do país as medidas de saúde já em vigor em algumas regiões, na tentativa de frear a propagação da covid-19. O estado de emergência deve passar de 13 para 21 departamentos, o que permite determinar que bares e restaurantes fechem mais cedo e não ofereçam bebida alcoólica, além de limitar os deslocamentos das pessoas.
O governo também pretende solicitar aos centros comerciais e lojas de departamento que controlem o número de clientes, assim como às empresas para que privilegiem o trabalho remoto, com o objetivo de reduzir em 70% os deslocamentos diários dos funcionários.
Nishimura pediu ainda aos governadores de todas as regiões que reforcem as infraestruturas médicas, começando por reservas de oxigênio e mais funcionários. Desde o início da pandemia, em dezembro de 2019, o Japão registrou 15.600 mortes por Covid-19, de acordo com um balanço divulgado no final de agosto.