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Mapa da vacinação no mundo: quantas pessoas já foram imunizadas contra covid-19?

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Veja o mapa da vacinação no mundo, como está a vacinação no Brasil e quantas doses contra covid-19 já foram administradas

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-04-16T19:21:00.000Z

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A vacina contra o novo coronavírus já existe e começou a ser administrada em diversos países. A primeira dose foi dada no Reino Unido ainda em 2020, e a tendência é que a imunização se espalhe pelo mundo, a depender das ações de cada um dos governos. Nos mapas a seguir, você pode conferir quem já iniciou a vacinação no mundo e quantas doses já foram administradas por país. Os gráficos são do projeto Our World in Data, da Universidade de Oxford.

Nos gráficos abaixo, você pode saber também como está a vacinação no Brasil contra covid-19.  Além disso, você consegue ver como está a curva de casos e a curva de mortes em países onde já há vacinação. Os dados podem ter uma defasagem de até 24 horas, pois são atualizados diretamente pela universidade britânica.

Os nomes dos países só estão disponíveis em inglês, mas você pode usar esta tabela como referência para traduzi-los, se precisar.


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Países que já começaram a vacinação contra covid-19

Os países que aparecem pintados no mapa já estão vacinando. Quanto mais forte a cor, maior o número de doses já aplicadas.


Leia também: É hora do lockdown completo, diz Ubiratan de Paula Santos

Número de doses de vacina contra covid-19 já administradas (total)

Atenção: cada dose é contada como única. A maior parte das vacinas é aplicada em duas doses. A primeira linha do gráfico (World) mostra a soma total de doses de todo o mundo.

Percentual já vacinado da população de cada país

Com ao menos uma dose:

Países onde já há pessoas totalmente imunizadas com duas doses

Percentual de pessoas por país já totalmente imunizadas com duas doses

Ritmo de vacinação diária, por país

Quantas doses cada país administrou desde 15 de dezembro de 2020 por dia, na média móvel de sete dias.

Casos nos países onde já há vacinação contra covid-19

No gráfico abaixo, você vê em países selecionados quais os efeitos que a vacinação está provocando no número de casos do novo coronavírus:

Mortes nos países onde já há vacinação contra covid-19

No gráfico abaixo, você vê em países selecionados quais os efeitos que a vacinação está provocando no número de mortes causadas pelo novo coronavírus:

PaísVacinas
AfghanistanOxford/AstraZeneca
AlbaniaPfizer/BioNTech, Sinovac
AlgeriaSputnik V
AndorraPfizer/BioNTech
AngolaOxford/AstraZeneca
AnguillaOxford/AstraZeneca
Antigua and BarbudaOxford/AstraZeneca
ArgentinaOxford/AstraZeneca, Sinopharm/Beijing, Sputnik V
AustraliaOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
AustriaModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
AzerbaijanSinovac
BahamasOxford/AstraZeneca
BahrainOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech, Sinopharm/Beijing, Sputnik V
BangladeshOxford/AstraZeneca
BarbadosOxford/AstraZeneca
BelarusSputnik V
BelgiumModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
BelizeOxford/AstraZeneca
BermudaPfizer/BioNTech
BhutanOxford/AstraZeneca
BoliviaSputnik V
BrazilOxford/AstraZeneca, Sinovac
BruneiOxford/AstraZeneca
BulgariaModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
CambodiaSinopharm/Beijing
CanadaModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
Cape VerdeOxford/AstraZeneca
Cayman IslandsPfizer/BioNTech
ChilePfizer/BioNTech, Sinovac
ChinaSinopharm/Beijing, Sinopharm/Wuhan, Sinovac
ColombiaPfizer/BioNTech, Sinovac
Costa RicaPfizer/BioNTech
Cote d’IvoireOxford/AstraZeneca
CroatiaPfizer/BioNTech
CyprusPfizer/BioNTech
CzechiaModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
DenmarkModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
DominicaOxford/AstraZeneca
Dominican RepublicOxford/AstraZeneca, Sinovac
EcuadorPfizer/BioNTech
EgyptOxford/AstraZeneca, Sinopharm/Beijing
El SalvadorOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech, Sinovac
EnglandOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
Equatorial GuineaSinopharm/Beijing
EstoniaModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
Faeroe IslandsModerna, Pfizer/BioNTech
Falkland IslandsOxford/AstraZeneca
FinlandModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
FranceModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
GabonSinopharm/Beijing
GambiaOxford/AstraZeneca
GeorgiaOxford/AstraZeneca
GermanyModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
GhanaOxford/AstraZeneca
GibraltarPfizer/BioNTech
GreeceModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
GreenlandPfizer/BioNTech
GrenadaOxford/AstraZeneca
GuatemalaModerna
GuernseyPfizer/BioNTech
GuineaSputnik V
GuyanaOxford/AstraZeneca
HondurasModerna, Oxford/AstraZeneca
Hong KongPfizer/BioNTech, Sinovac
HungaryModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech, Sinopharm/Beijing, Sputnik V
IcelandModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
IndiaCovaxin, Oxford/AstraZeneca
IndonesiaOxford/AstraZeneca, Sinovac
IranSputnik V
IraqOxford/AstraZeneca, Sinopharm/Beijing
IrelandModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
Isle of ManOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
IsraelModerna, Pfizer/BioNTech
ItalyModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
JamaicaOxford/AstraZeneca
JapanPfizer/BioNTech
JerseyOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
JordanPfizer/BioNTech, Sinopharm/Beijing
KazakhstanSputnik V
KenyaOxford/AstraZeneca
KosovoOxford/AstraZeneca
KuwaitPfizer/BioNTech
LaosSinopharm/Beijing, Sputnik V
LatviaModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
LebanonPfizer/BioNTech
LiechtensteinModerna, Pfizer/BioNTech
LithuaniaModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
LuxembourgModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
MacaoPfizer/BioNTech, Sinopharm/Beijing
MalawiOxford/AstraZeneca
MalaysiaPfizer/BioNTech, Sinovac
MaldivesOxford/AstraZeneca
MaliOxford/AstraZeneca
MaltaModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
MauritaniaSinopharm/Beijing
MauritiusOxford/AstraZeneca
MexicoOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech, Sputnik V
MoldovaOxford/AstraZeneca
MonacoPfizer/BioNTech
MongoliaOxford/AstraZeneca
MontenegroSinopharm/Beijing, Sputnik V
MontserratOxford/AstraZeneca
MoroccoOxford/AstraZeneca, Sinopharm/Beijing
MozambiqueSinopharm/Beijing
MyanmarOxford/AstraZeneca
NamibiaSinopharm/Beijing
NepalOxford/AstraZeneca
NetherlandsModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
New ZealandPfizer/BioNTech
NigeriaOxford/AstraZeneca
North MacedoniaPfizer/BioNTech
Northern CyprusOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech, Sinovac
Northern IrelandOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
NorwayModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
OmanOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
PakistanOxford/AstraZeneca, Sinopharm/Beijing, Sputnik V
PalestineModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
PanamaPfizer/BioNTech
ParaguaySputnik V
PeruSinopharm/Beijing
PhilippinesOxford/AstraZeneca, Sinovac
PolandModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
PortugalModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
QatarPfizer/BioNTech
RomaniaModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
RussiaEpiVacCorona, Sputnik V
RwandaModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
Saint HelenaOxford/AstraZeneca
Saint Kitts and NevisOxford/AstraZeneca
Saint LuciaOxford/AstraZeneca
Saint Vincent and the GrenadinesOxford/AstraZeneca
San MarinoSputnik V
Sao Tome and PrincipeOxford/AstraZeneca
Saudi ArabiaOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
ScotlandOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
SenegalSinopharm/Beijing
SerbiaOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech, Sinopharm/Beijing, Sputnik V
SeychellesOxford/AstraZeneca, Sinopharm/Beijing
Sierra LeoneOxford/AstraZeneca
SingaporeModerna, Pfizer/BioNTech
SlovakiaPfizer/BioNTech
SloveniaOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
South AfricaJohnson&Johnson
South KoreaOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
SpainModerna, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
Sri LankaOxford/AstraZeneca
SurinameOxford/AstraZeneca
SwedenOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
SwitzerlandModerna, Pfizer/BioNTech
TaiwanOxford/AstraZeneca
ThailandOxford/AstraZeneca, Sinovac
TogoOxford/AstraZeneca
Trinidad and TobagoOxford/AstraZeneca
TunisiaPfizer/BioNTech, Sinovac, Sputnik V
TurkeyPfizer/BioNTech, Sinovac
Turks and Caicos IslandsPfizer/BioNTech
UgandaOxford/AstraZeneca
UkraineOxford/AstraZeneca
United Arab EmiratesOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech, Sinopharm/Beijing, Sinopharm/Wuhan, Sputnik V
United KingdomOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
United StatesJohnson&Johnson, Moderna, Pfizer/BioNTech
UruguayPfizer/BioNTech, Sinovac
VenezuelaSputnik V
VietnamOxford/AstraZeneca
WalesOxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech
ZimbabweSinopharm/Beijing



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Política e Economia

Lula tem que liderar a organização das massas, diz João Pedro Stédile

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Dirigente histórico do MST reforçou a importância da agricultura familiar e da reforma agrária, e relembrou o Massacre dos Carajás, que completa 25 anos

Camila Alvarenga

Madri (Espanha)
2021-04-16T19:10:00.000Z

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Em entrevista a Breno Altman no programa 20 MINUTOS ENTREVISTAS desta sexta-feira (16/04), João Pedro Stédile, dirigente histórico do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) e um dos líderes da Via Campesina, comemorou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmando a anulação das sentenças contra Lula e, portanto, sua elegibilidade, como sendo essenciais para mudar os rumos do Brasil nas eleições de 2022.

“O camisa 10 da classe trabalhadora voltou a campo. Agora cabe a Lula, como o líder da esquerda, organizar as massas para a luta e unir o povo. Só a luta de massas pode garantir que a vontade do povo permaneça”, afirmou Stédile. 


Ele ressaltou que o retorno de Lula devolve o otimismo ao povo, pois, se conseguir se eleger, “a partir de 2023 poderemos dar outro rumo para o nosso país”. Stédile reforçou, entretanto, que “a luta começa agora”, e que deve-se exigir vacina para todos, auxilio emergencial e “Fora Bolsonaro”. 

Para ele, porém, não basta apenas eleger Lula, ou outro líder de esquerda, é preciso manter o povo organizado para realizar mudanças estruturais, para fazer frente à burguesia e evitar os erros do passado, que culminaram no golpe de 2016. “Espero que a esquerda tenha aprendido a lição”, criticou.

“A esquerda agora tem o desafio de atrair os trabalhadores rejeitados pelo mercado, que em sua maioria são mulheres negras da periferia. Precisamos transformar essas pessoas na esquerda porque, mesmo depois de passada a pandemia, o capitalismo não vai dar empregos a elas”, argumentou.

Agricultura familiar versus agronegócio

Sobre luta de massas, Stédile relembrou que o próprio MST foi resultado de mobilizações populares no fim da década de 70,  meados da década de 80, quando os "camponeses perderam o medo de lutar, porque ainda estávamos na ditadura”.

Naquele momento, eclodiram as ocupações de terra no país, “algo que sempre vai acontecer quando se há um latifúndio improdutivo e milhares de sem terra”, de onde surgiu o MST. Com o tempo, o movimento ampliou seu leque de atuação, “percebendo que não bastava só lutar pela terra”. 

Atualmente, o MST estimula a produção da agricultura familiar e a agroecologia entre os camponeses organizados, cria escolas para as regiões negligenciadas pelo governo, estimula a produção cultural camponesa e constrói agroindústrias, para agregar valor à matéria-prima produzida na agricultura e gerar trabalho, sobretudo para jovens e mulheres.

“A juventude não quer mais ganhar uma enxada de presente de natal. Quer ganhar um computador, um celular, então precisamos criar alternativas para essa juventude no campo, se não ela vai para a cidade”, explicou Stédile. 

O dirigente, que é economista de formação, lamentou que o movimento tenha fama de ser agressiva, “invasora de terras” - “mas a grande imprensa é burguesa, então não me surpreende que defenda os interesses do capital” -, pois a agricultura familiar, realizada nos assentamentos do MST, é o que alimenta o Brasil.

“Temos cinco milhões de famílias em terras distribuídas pela reforma agrária, um milhão são famílias organizadas nossas. E o que fazem esses cinco milhões? Produzem alimentos fundamentalmente para o mercado interno. O agronegócio, que domina a economia brasileira, produz commodities agrícolas, que não são alimentos, são mercadorias padronizadas para o mercado externo”, explicou. 

Stédile ainda contou que a renda maior proveniente do agronegócio não reverte para o Brasil, nem mesmo para o fazendeiro, indo parar na mão das corporações transnacionais que exportam os produtos ou que vendem as ferramentas necessárias para a produção dos commodities.

“Ou seja, gera riqueza, mas não é para o povo brasileiro. O agronegócio nem sequer paga imposto. Outro problema é que para a produção, usam muito agrotóxico e, portanto, destroem a natureza, contaminam as águas e o próprio produto. É um modelo que explora a natureza sem nenhum compromisso com a sociedade”, defendeu.

Somado a isso, está o modelo latifundiário, controlado pelo capital financeiro, que, segundo Stédile, consiste em acumular capital sem produzir nada, apenas especulando e expandindo a terra.

“E agora não só o governo está enfraquecendo a agricultura familiar, como quer privatizar as terras”, criticou o dirigente. “Mas a população está vendo. O coronavírus ajudou a revelar a grande contradição do capital: os latifúndios não produzem nem alimentos e, quando produzem algo, são commodities que agridem o meio ambiente. É um modelo insustentável”, reiterou.

Solidariedade e pandemia

Outra importante característica que Stédile destacou sobre o MST é sua política de solidariedade alimentar, como um princípio fundador do movimento.

“Solidariedade não é caridade, o MST só existe por conta da solidariedade do povo brasileiro para com nós. Quando se forma um acampamento, por que ele resiste? Porque há solidariedade do povo que leva comida, vai nos apoiar como pode. A existência do MST só é vitoriosa por conta da solidariedade”, enfatizou.

Por isso, durante a pandemia, o MST se mobilizou para distribuir alimentos, por exemplo. E, enquanto seguirá ajudando aqueles que precisam, o movimento prevê uma mudança de política no combate à epidemia.

Stédile revelou que no início da pandemia, os contágios estavam controlados, pois a população camponesa estava mais protegida que a urbana, pois é possível trabalhar na roça e manter o isolamento. “O problema foi quando os camponeses foram para a cidade, ou receberam seus familiares da cidade, que iam para os assentamentos para se proteger da covid, mas acabavam trazendo a doença”, narrou.

Por isso, os assentamentos irão declarar quarentena a partir de 17 de abril, até o dia 30, “ninguém vai à cidade, ninguém vai à feira, isolamento total”. Além de impedir a entrada de estranhos ou não residentes que não estejam vacinados ou que apresentem sintomas.

25 anos do massacre de Eldorado dos Carajás

Na entrevista, Stédile e Altman rememoraram o massacre de Eldorado dos Carajás, que ocorreu há exatos 25 anos, quando 19 trabalhadores rurais e sem terra foram assassinados pela polícia militar no município de Eldorado dos Carajás, no Pará.

“O massacre foi emblemático e representou o fim do ciclo das lutas pela terra no modelo da reforma agrária clássica”, isto é, uma reforma agrária a nível nacional de redistribuição das terras. “Quando a burguesia comete o massacre, sinaliza, com alto custo, a inviabilidade de uma reforma agrária no Brasil. Então construímos o programa de reforma agrária popular”, detalhou Stédile.

Desde então, o dirigente comentou que a violência contra os trabalhadores rurais só arrefeceu durante os governos Lula e Dilma, ainda que os governos do PT não tenham representado um aumento nos assentamentos, pelo contrário. Stédile afirmou que mais acampamentos foram assentados durante os governos Sarney e de Fernando Henrique Cardoso.

“Mas o latifúndio por si só é violento. Ninguém compra dez mil hectares de terra porque trabalhou para isso ou porque vai trabalhar essa terra. Então os donos de terra sabem que precisam proteger aquela propriedade privada, acumulada com base numa distorção social, e, para tanto, optam pela violência física. Seja dos jagunços, que na cidade se traduz em milicianos, ou pela força do Estado”, discorreu.

Com o governo Bolsonaro, a violência física voltou a escalar, principalmente sobre áreas indígenas e quilombolas. “Além da violência invisível, que é quando o agronegócio aplica seus agrotóxicos e envenena trabalhadores e crianças. Ou quando os prefeitos fecham escolas rurais para poupar dinheiro que eles depois embolsam”, exemplificou.

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