O Tribunal de Justiça de Madri proibiu a realização de uma manifestação antirreligiosa organizada por seis instituições laicas espanholas. O ato estava previsto para esta quinta-feira (21/04) da Semana Santa.
Chamado de procissão ateia, o ato levaria às ruas faixas com frases como “Congregação da Cruel Inquisição”, “Irmandade da Santa Pedofilia” e “Confraria do Papa do Santo Latrocínio”. A ideia dos manifestantes era “derrubar a hipocrisia social e moral que representa a Semana Santa Católica”.
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Por meio de cartazes, os organizadores anunciaram o horário e o percurso do evento, convocado para passar diante de igrejas e ao lado de procissões católicas. Os cartazes traziam imagens do papa e ilustrações sacras alteradas. Também foram distribuídos folhetos com a frase “a única igreja que se ilumina é a que arde [em chamas]”.
De acordo com a BBC, os organizadores disseram que irão acatar a decisão da Justiça, mas adiantaram que convocarão uma manifestação semelhante em outra data simbólica para a Igreja Católica. Eles prometem também realizar um grande evento no próximo mês de agosto durante a visita do Papa Bento XVI a Madri.
O presidente da Associação Madrilenha de Ateus e Livres Pensadores, Luis Veja, afirmou em entrevista à BBC que a ideia era “mexer com a ideologia e a consciência católica”.
“Queremos uma procissão sim, porque a palavra procissão não é exclusiva do Catolicismo. E vamos continuar combatendo a hipocrisia e o fundamentalismo”, completou.
As críticas dos laicos se concentram especialmente na intervenção do Vaticano em assuntos políticos como a liberdade religiosa, leis de aborto e casamento gay, além dos escândalos de pedofilia dentro da igreja.
Entre os críticos ao protesto estava o prefeito de Madri, Alberto Ruiz Gallardón, que disse ser contra “provocações contra a fé”.
No entanto, ele disse que a prefeitura que “não se considera competente para autorizar ou recusar a celebração desta procissão” e recomendou uma decisão judicial sobre o caso.
A associação anti-aborto já anunciou que analisará o material de divulgação da procissão antirreligiosa para saber se é possível abrir um processo, alegando incitação ao ódio.
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