O Tribunal de Apelação da cidade de Douai, norte da França, rejeitou nesta quarta-feira (19/12) o pedido do ex-diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, para arquivar a acusação de gerenciamento de prostituição no escândalo do hotel Carlton, em Lille.
Em um breve comunicado, a promotoria confirmou que a sala de instrução do tribunal “rejeitou as reivindicações de anulação” de DSK, como ele é conhecido, e dos outros acusados no escândalo desse hotel, onde supostamente os envolvidos organizavam festas sexuais com prostitutas.
Isso significa que os juízes instrutores podem continuar com seus procedimentos com intenção de formular um processo. Por essa razão, o economista e político francês pode tentar recorrer diante do Supremo Tribunal e do Tribunal Europeu de Direitos Humanos.
Seus advogados tinham justificado seu pedido de arquivamento com o argumento de que os juízes instrutores não tinham sido imparciais, já que repassaram elementos do caso à imprensa. Os advogados de DSK também insistem em dizer que seu cliente não sabia que as mulheres presentes nas festas eram prostitutas.
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O Ministério Público, pelo contrário, considera que a acusação é plenamente justificável porque há “indícios graves e concordantes” neste caso, segundo as conclusões publicadas nesta quarta-feira (19) no jornal Le Figaro.
Neste aspecto, a promotoria insiste em que há pelo menos três elementos que fazem evidente a participação de DSK em “um processo perene constitutivo de fatos de proxenetismo”.
O primeiro era que as festas organizadas em Paris, Bruxelas, Lille e Washington, entre 2008 e maio de 2011 (a última aconteceu às vésperas de sua prisão pelo caso do hotel Sofitel de Nova York), estavam inseridas no programa do antigo “número um” do FMI, uma evidência de que a rede funcionava para ele.
O segundo é o “volume” de mensagens que DSK trocava com Fabrice Paszkowski, um dos dois empresários que supostamente organizavam essas festas (o outro era David Roquet). Segundo as autoridades, o conteúdo contido nas mensagens coloca poucas dúvidas sobre o grau de conhecimento que tinha Strauss-Kahn.
O terceiro é o testemunho das próprias prostitutas. Embora a maior parte delas tenha dito perante os juízes que escondiam seus “ofícios” de DSK, algumas declararam que não havia nenhum segredo e, inclusive, que era evidente que elas realizavam suas fantasias sexuais em troca de dinheiro.