Três dirigentes da Irmandade Muçulmana, entre eles o porta-voz Gihad Haddad, foram detidos nesta terça-feira (17/09) no Cairo. A Justiça local confirmou também o bloqueio provisório dos fundos de vários responsáveis do grupo islâmico.
Entre os detidos está o porta-voz da Irmandade, Gehad el Haddad, uma das principais fontes de comunicação do grupo. Contra ele, foi emitido um mandado de prisão por incitar a violência durante protestos contra a queda do ex-presidente Mohamed Mursi.
A saída de Mursi, em 3 de julho, provocou uma forte crise política e intensos protestos da Irmandade Muçulmana, grupo ao qual ele era vinculado. As manifestações terminaram em uma série de confrontos violentos que deixaram mais de 1.200 mortos em dois meses.
Além do porta-voz, outros dois integrantes do movimento islamita foram presosos: o ex-deputado Ahmed Diab e o membro da executiva da entidade, Mahmoud Abu Zaid. As prisões foram feitas em um apartamento em Cidade Nasr, no Cairo, mesmo lugar onde foi detido o líder da Irmandade, Mohammed Badie.
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Haddad era um dos rostos mais conhecidos do movimento islâmico durante os protestos pró-Mursi. Era ele quem se comunicava com os militantes e a imprensa, através de mensagens no microblog Twitter ou por pronunciamentos públicos.
Mais cedo, o Tribunal Penal do Cairo confirmou a sentença do procurador-geral, Hisham Barakat, tomada de julho, determinando o congelamento dos bens dos principais dirigentes de orientação religiosa no país, principalmente os da Irmandade Muçulmana. Entre as personalidades atingidas pela punição, figuram Mohamed Badie, o Guia Supremo da Irmandade, e seus dois adjuntos, Khairat al Shater e Rachad al Bayoumi.
Todos estão presos acusados de incitar a violência nos protestos. Shater, um rico empresário, é considerado um dos financiadores da Irmandade Muçulmana. Outros 15 dirigentes de partidos islâmicos também tiveram seus bens bloqueados.
(*) com agências de notícias internacionais