Nesta terça-feira (17/09) teve início a 68ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, que procura definir os parâmetros para a agenda de desenvolvimento pós-2015, segundo informou o dirigentes responsável pelo evento, John Ashe, embaixador de Antígua e Barbuda. Como é tradição desde a primeira Assembleia Geral, realizada em 1947, o Brasil fará o discurso de abertura do debate geral na próxima terça-feira (24).
Em sua primeira entrevista coletiva no cargo, Ashe afirmou que vai propor discussões que estimulem os 193 Estados-Membros a pensar sobre o que deve ser feito depois de 2015, quando termina o prazo para atingir os ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), que é de menos de mil dias. Essas metas se referem à redução da pobreza, educação, igualdade de gênero, saúde materna e infantil, sustentabilidade ambiental, redução de HIV/AIDS e uma parceria mundial para o desenvolvimento.
Ashe também afirmou que, para alavancar o progresso no desenvolvimento sustentável a partir de 2015, vai convocar três eventos com foco nas mulheres, jovens e sociedade civil; direitos humanos e Estado de Direito; e cooperação Sul-Sul, cooperação triangular e tecnologia de informação e comunicação para o desenvolvimento.
Reprodução ONU
O presidente da atual Assembleia Geral da ONU, John Ashe, fala durante entrevista coletiva antes da primeira reunião
Entretanto, o tema dos principais discursos da nova Assembleia deve ser a crise na Síria, apesar de competir ao Conselho de Segurança tratar da questão. Segundo relatos de jornalistas presentes, a sessão começou com as delegações dos países-membros ouvindo um resumo das conclusões dos inspetores de armas da ONU sobre o ataque com gás neurotóxico que matou mais de mil civis nos arredores de Damasco na madrugada de 21 de agosto.
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No dia 26 de setembro ocorre o Encontro de Alto Nível da Assembleia Geral sobre desarmamento nuclear, assunto bastante em voga no momento graças a questão síria. Na semana dos debates gerais, que vai do próximo dia 24 a 2 de outubro, além do discurso do Brasil, são esperados pronunciamentos dos presidentes dos EUA, Barack Obama, e do Irã, Hassan Rohani, sobre o tema.
O primeiro-ministro de Israel, Bejamin Netanyahu, adiou seu discurso para o dia 1º de outubro para poder se encontrar com Obama em Washington. Rohani também propôs uma reunião com o presidente norte-americano, mas não foi atendido, ainda que os EUA tenham manifestado esperar uma melhora nas relações com o Irã após a saída de Mahmoud Ahmadinejad do poder.
Nas votações da Assembleia, cada um dos 193 Estados-Membros tem um voto. As questões designadas importantes – como recomendações sobre a paz e a segurança, a eleição dos membros do Conselho de Segurança e do Ecosoc (Conselho Econômico e Social) e as questões orçamentárias – exigem uma maioria de dois terços dos Estados-Membros, mas outras questões são decididas por maioria simples.
Nos últimos anos, um esforço tem sido feito para alcançar um consenso sobre as questões, em vez de decidir por uma votação formal e, desta forma, reforçar o apoio para as decisões da Assembleia. O presidente da Assembleia Geral, cargo oficial de Ashe, após fazer consultas e chegar a um acordo com as delegações, pode propor que uma resolução seja aprovada sem votação.