O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou nesta quarta-feira (26/02) que a tensão nas relações com a Venezuela “já duraram demais” e que o governo dos EUA está “preparado” para mudá-las. O chefe da diplomacia do país deu a declaração em uma entrevista à MSNBC.
“Estamos preparados para mudanças nessas relações; as tensões entre os dois países já duraram demais. Mas não vamos permanecer sentados se formos responsabilizados por coisas que nunca fizemos”, disse.
Agência Efe
Para Kerry, tensões com Venezuela “já duraram demais”
A Venezuela tem subido de tom com os EUA após o início dos protestos no país. O governo de Nicolás Maduro acusa os norte-americanos de estarem por trás das manifestações e expulsou três diplomatas dos Estados Unidos da representação em Caracas – movimento seguido pelo governo Barack Obama.
No entanto, nesta terça (25/02), os venezuelanos indicaram um novo embaixador para Washington: Maximilien Arveláiz, diplomata que já foi embaixador no Brasil. “É um gesto da mais firme vontade de estabelecer relações diplomáticas de entendimento franco, sincero e honesto”, disse, então, o chanceler venezuelano, Elías Jaua.
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Relações EUA-Rússia: ‘Isso não é Guerra Fria, nem Rocky IV’
Na mesma entrevista, Kerry reforçou que as relações entre seu país e a Rússia não são baseadas em uma “continuidade da Guerra Fria”. Para ele, a situação atual não é como em “Rocky IV”, aludindo ao filme hollywoodiano de 1985 em que Sylvester Stallone enfrenta um lutador russo da época da União Soviética.
Para Kerry, Vladimir Putin deve ter “muito cuidado” em suas decisões a respeito da Ucrânia e ouvir atentamente a população ucraniana que tem desejo por mudanças. “Acredito que a Rússia deve ser muito cuidadosa com seus julgamentos. Nós não estamos procurando confronto, mas deixamos claro que todos os países devem respeitar a própria integridade territorial”, afirma o político norte-americano.
O comentário vem no mesmo dia em que o presidente russo ordenou que as unidades militares no oeste e centro do país, próxima à fronteira da Ucrânia, entrassem em estado de alerta para verificar a disposição combativa. No entanto, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Choigu, negou nesta quarta-feira que o alerta estivesse relacionado aos eventos na Ucrânia.