A diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, adverte sobre o risco de que a economia mundial volte a entrar em recessão de forma “iminente”, em entrevista publicada neste domingo (04/09) na revista alemã Der Spiegel.
Assim como os temores expressados recentemente pelo diretor do Banco Mundial, Robert Zoellick, Lagarde declara que o risco de um novo revés econômico em escala global existe, mas que ainda é possível evitá-lo, embora a capacidade de atuação seja agora menor do que dois anos atrás.
“Ainda podemos evitar. As opções dos governos e dos bancos centrais são menores do que em 2009 porque já dispararam grande parte de sua pólvora. Mas se os diferentes governos, as organizações internacionais e os bancos centrais colaborarem, conseguiremos evitar a recessão”, argumenta Lagarde.
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Por isso, a diretora-gerente do FMI, que acedeu ao posto em julho passado, insta aos países mais afetados pela crise a implementar medidas que fomentem a economia estatal e o crescimento econômico, com o objetivo de “evitar uma iminente espiral descendente”.
Na Europa, concretamente, Lagarde recomenda às nações mais castigadas pela crise da dívida que elevem o capital próprio de seus bancos para reforçá-los.
“Em geral, vemos necessidade de que os bancos europeus sejam recapitalizados para que sejam suficientemente fortes para suportar os riscos derivados da crise da dívida e do frágil crescimento”, diz.
Analistas do FMI assinalaram recentemente em relatório que ao setor financeiro europeu faltavam 200 bilhões de euros nos balanços de suas contas.
“A insegura situação econômica e a crise da dívida estatal minaram a credibilidade dos bancos”, acrescenta Lagarde, ex-ministra das Finanças francesa.
A diretora-gerente do FMI evita posicionar-se a respeito da situação financeira concreta da Grécia e Itália, mas consideram “dignas de aplauso” as reformas estipuladas em 21 de julho em Bruxelas, entre as quais destaca a flexibilização do fundo de resgate europeu.
Sobre os Estados Unidos, Lagarde declara que sua economia sofre de “problema de confiança” e com relação à Alemanha, adverte sobre os efeitos de um possível esfriamento da demanda externa, apesar da atual saúde de suas contas públicas e seu notável crescimento econômico.
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