A região do leste da Líbia foi declarada semiautônoma por líderes civis, nesta terça-feira (06/03). O anúncio – feito durante um encontro de civis, representantes tribuais e comandantes de milícias na cidade de Benghazi – é uma declaração de vontade, unilateral. Isso significa que não tem força legal perante o governo do país, que se incomodou com a situação.
As reivindiações feitas são parlamento, polícia, tribunal e capital próprios. O território, que vai da cidade de Sirte até a fronteira com o Egito, historicamente ficou conhecido como Cirenaica e contém dois terços das reservas de petróleo do país.
Segundo o anúncio, a intenção não é se separar do restante do país, apenas definir administrações diferentes. A população local afirma que o ex-líder líbio, Muamar Kadafi, negligenciou a região por décadas, preocupado demais com o desenvolvimento da região oeste. A cidade de Benghazi foi o foco incial do levante de manifestações que derrubou Kadafi.
O Conselho Nacional de Transição, que governa o país desde a saída de Kadafi do poder, classificou o movimento como “perigoso” e disse que instigava uma fragmentação.
O CNT classificou o movimento como perigoso e uma chamada para a fragmentação. “Nós somos contra divisões e contra qualquer mudança que fira a unidade do povo da Libia”, disse Fathi Baja, líder do comitê político conselho à Associated Press.
Centenas de pessoas participaram do Congresso do Povo da Cirenaica, que aconteceu em um hangar nos arredores de Benghazi. Segundo a BBC, líderes tribais com vestimentas tradicionais e representantes de milícias estavam entre os delegados que dançaram, balançaram bandeiras e cantaram músicas sobre federalismo.
Ahmed al-Zubair foi apontado como líder da região e disse: “A Libia não será dividida, ela é uma só nação”. Comandante de uma milícia revolucionária, Fadl-Allah-Haroun também minimizou os rumores sobre uma separação da Líbia: “o federalismo não é uma divisão, mas uma unidade”. “Nós não estamos falando em mudar a bandeira ou o hino nacional. Nós estamos falando de administrações diferentes, um parlamento e gestão de questões econômicas”, completou.
*Com agências
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