O polêmico livro “Mein Kampf” (“Minha luta”), de Adolf Hitler, voltou a ser vendido na Alemanha nesta sexta-feira (08/01), 70 anos após sua circulação ter sido proibida pelo estado da Baviera, dona dos direitos autorais.
Com o fim desses direitos, o livro pode ser livremente editado e vendido. A versão disponível atualmente possui cerca de 2.000 páginas e foi concluída no fim do ano passado pelo Instituto de História Contemporânea de Munich (IfZ, em alemão). Ela está à venda por €59 (aproximadamente R$ 257).
Agência Efe
Nova edição de “Mein Kampf”, cujas vendas tiveram início nesta sexta
Segundo o instituto, a intenção do livro é “desconstruir e colocar em contexto o que Hitler escreveu” para analisar questões históricas fundamentais. “Como as ideias de Hitler eram concebidas? Quais eram seus objetivos? E mais importante: quais contra-argumentos nós temos, dado nosso conhecimento atual das incontávies alegações e mentiras de Hitler?”, questiona a organização alemã.
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O governo alemão já havia declarado que a análise do livro em sala de aula seria positiva. “A edição crítica do IfZ tem como objetivo contribuir para a educação política e está escrito para que possa ser entendido pelo público geral”, argumentou a ministra da Cultura alemã, Johanna Wanka, no fim do ano passado.
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“Mein Kampf” volta a circular após 70 anos
No entanto, a publicação vem dividindo a opinião da comunidade judaica. O presidente do Conselho Judeu da Alemanha, Josef Schuster, disse à emissora local NDR que dava as boas-vindas à publicação da versão crítica, pois ela servirá para “desfazer o mito que cerca este livro e irá mostrar o quão completamente errado e ridículo eram as teorias de Hitler”.
Por outro lado, Ronald Lauder, presidente do Congresso Judaico Mundial disse à AFP que “não só os sobreviventes do Holocausto ficariam ofendidos com a venda desse trabalho antissemita em livrarias novamente”, como ele também não conseguia ver a necessidade de uma edição crítica.