Viajar em um ônibus pela África. Esse é um dos desejos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando sair da presidência, conforme revelou em entrevista à TV libanesa LBC.
“Pretendo dedicar um pouco do meu aprendizado para ver se presto um serviço à África. É só sonho, por enquanto, não tenho nada construído, mas eu por exemplo sonho em pegar um ônibus num país africano e atravessar a África, conversando com as pessoas e conversando com os governantes. Vamos ver se há condições de fazer”, disse Lula.
Leia também:
Lula: “Quem é contra o Mercosul é contra o desenvolvimento”
Presidente intensifica agenda internacional antes de encerrar mandato
Brasil aumenta em 40% número de representações no exterior no governo Lula
O presidente concedeu a entrevista à LBC na quinta-feira passada (22/4), pela ocasião da visita do presidente do Líbano, Michel Sleiman, ao Brasil. Os vídeos foram divulgados pelo Blog do Planalto hoje (29/4).
Lula também falou sobre sucessão presidencial, conflito no Oriente Médio, nova ordem econômica mundial e sobre a popularidade de seu governo. “Eu tinha muita clareza de que quando o Brasil elegeu um torneiro mecânico para ser Presidente da República, o Brasil tinha que dar certo porque se não desse certo iria demorar mais cem anos para um trabalhador, para um operário chegar à presidência”, afirmou.
Sobre a corrida presidencial, Lula disse que independente do candidato que vencer, encontrará mais facilidade para governar. “Quem quer que ganhe as eleições (…) vai pegar um Brasil muito melhor e, portanto, pode fazer mais. E eu tenho a convicção, também, de que será a minha candidata”, completou o presidente, em referência à Dilma Roussef, candidata do PT (Partido dos Trabalhadores). Lula refutou a tese de que Dilma teria pouca experiência para assumir o cargo: “ela é a grande possibilidade que nós temos de dar continuidade”.
Oriente Médio
Quanto ao tema do programa nuclear iraniano, Lula reafirmou a vontade de que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, aceite as condições impostas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). “A minha preocupação é que o bloqueio ou as sanções (…) não vão trazer nenhuma solução; vai apenas trazer radicalização”, contemporizou.
Falando sobre o conflito entre israelenses e palestinos, Lula se disse disposto a conversar com todos os personagens. “Eu, sinceramente, de vez em quando me pergunto: quem quer a paz no Oriente Médio? Eu não sei se toda a classe política, grupos e países querem a paz. Eu sei que o povo quer. Por isso, eu quero conversar com todos os interlocutores.”
Economia
Lula negou que o Brasil estaria crescendo “rápido demais” e trabalha com a hipótese de que o país “cresça durante vários anos, que possa crescer entre os 5 e 6%, não precisa crescer 20%, crescer 5 ou 6% durante vários anos”. Para ele, “basta que o governo seja sério e que a gente não utilize do mandato para fazer política para si próprio, mas governando para o povo”, para o país prosperar.
“O Brasil fez a lição de casa, o Brasil praticou o livre comércio, por isso é que a economia brasileira cresceu, porque, ao invés de fechar a economia, nós abrimos crédito. Agora, pelo que eu estou vendo, na Europa e nos Estados Unidos, parece que as coisas ainda não estão muito bem resolvidas”, explicou.
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL