Atualizada às 17h23
Agência Efe
Ex-presidente viajou pela América do Sul nesta semana e participou de evento com Santos
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta sexta-feira (07/06) que foi procurado por Luiz Inácio Lula da Silva para a realização de um encontro com o colombiano Juan Manuel Santos.
“Irei com respeito à reunião com Santos, se ela for convocada. Queremos as melhores relações com a Colômbia e continuaremos respaldando a paz” nesse país, afirmou Maduro. A declaração é uma referência ao apoio venezuelano aos diálogos entre Bogotá e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
A tensão nas relações diplomáticas bilaterais começou após Santos receber Henrique Capriles, candidato derrotado nas últimas eleições venezuelanas, em Bogotá, encontro que provocou resposta imediata da chancelaria do país vizinho, que lamentou o ato.
“Não temos mais [a fazer do] que lamentar profundamente que o presidente Santos tenha dado um passo que de maneira dolorosa vai nos levar a um descarrilamento das boas relações que temos. É lamentável, porque tanto o presidente [Hugo] Chávez como o presidente [Nicolás] Maduro cuidaram e cultivaram estas relações”, disse o chanceler venezuelano, Elías Jaua.
Em seguida, a colega colombiana, María Ángela Holguín, disse que Bogotá iria avaliar “diretamente” com o executivo venezuelano o tema. Segundo comunicado lido por ela, Santos “desde que iniciou seu governo, decidiu tratar os assuntos do governo da Venezuela de uma maneira direta e sem microfones”, logo, “em vistas de nos mantermos afastados da diplomacia de microfones, que é tão daninha, trataremos esse tema de maneira direta com o governo venezuelano”, acrescentou a chanceler.
As relações entre Colômbia e Venezuela começaram a azedar em 2009, quando o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, por diversas vezes, acusou Hugo Chávez de abrigar guerrilheiros das FARC e ELN em território venezuelano. O falecido presidente rompeu relações em julho de 2010, após Bogotá apresentar em uma reunião da OEA (Organização dos Estados Americanos) um dossiê de acusações sobre a suposta atuação das guerrilhas na Venezuela.
Na época, analistas avaliaram que a estratégia de Uribe era “contaminar” a aproximação entre Chávez e o presidente eleito, Juan Manuel Santos, que tomou posse em 7 de agosto daquele ano. Santos havia convidade o líder venezuelano para sua cerimônia de posse. “Faço um chamado ao presidente eleito: peço que fique longe de Uribe”, disse Chávez na ocasião.
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