O presidente venezuelano Nicolás Maduro partiu com seu chanceler Elías Jaua, nesta quinta-feira (18/04) para Lima, onde participará da reunião extraordinária da Unasul (União de Nações Sul-americanas), para informar sobre a situação pós-eleitoral do país. “Diante da ameaça e violência vivida na Venezuela, a Unasul se ativou. Hoje à noite vamos informar diretamente [aos membros do bloco] quais foram os acontecimentos dos últimos dias”, explicou, sobre a reunião.
Discursando do Aeroporto Internacional Simón Bolívar, Maduro afirmou que seu gabinete tem informação de que “a conspiração continua”. “Na Venezuela não temos uma oposição, temos uma conspiração permanente, impulsionada a partir dos Estados Unidos”, disse, complementando que provas de que a “ultradireita” planejaria “um golpe de Estado” serão reveladas nas próximas horas.
Agência Efe
“Incendiaram o país”, disse Maduro, enumerando crimes cometidos na segunda-feira, como tentativas incendiárias a sedes do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), ataques a postos de saúde conhecidos como CDI (Centro de Diagnóstico Integral) e a médicos cubanos no país. A onda de violência deixou oito mortos, 63 feridos e 170 presos.
O presidente pediu que a população ficasse em alerta e unida, afirmando que virá “uma nova investida”, mas garantiu, no entanto, que não aceitará “políticas fascistas no país”. “Eu sinto uma pátria mais forte do que há 11 anos, mais consciente, mais coesa”, disse, elogiando a população do país que “impôs a paz” frente aos atos de violência registrados na última segunda-feira (15/04), ao ir trabalhar normalmente no dia seguinte. Maduro também pediu “trabalho, prosperidade e união”, apesar de diferenças ideológicas.
“Aos que atacaram os CDIs, saibam que vamos continuar o projeto com mais amor, o povo tem direito a saúde pública e gratuita. Essa será a resposta ao fascismo”, afirmou, dizendo que também aprofundará o socialismo. “Temos paz porque conduzimos com serenidade, com firmeza e com um critério de amor à pátria do nosso grande povo, para que a paz se impusesse. Hoje nossa pátria amanheceu trabalhando, estudando, funcionando”, afirmou.
Maduro também apontou à emissora privada de TV Globovisión, que segundo ele “alimentou o fascismo na Venezuela”. Segundo ele, a cobertura da campanha eleitoral por parte desde canal e da emissora Televen – abertamentes alinhadas à oposição – “é uma honra”. “Mas agora querem difundir mensagens instando a que ataquem o povo”, afirmou, afirmando que não dará margem ao “fascismo”.
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O opositor Henrique Capriles afirmou, por sua vez, que também considera participar da sessão da Unasul em Lima. “Estamos avaliando a possibilidade de viajar para Lima e estar presente na reunião da Unasul, em democracia os votos são contados!”, escreveu o candidato em sua conta no Twitter, que exige uma auditoria de 100% dos votos registrados nas eleições presidenciais do último domingo, na Venezuela.
A reunião da Unasul será levada a cabo na noite de hoje, no palácio do governo peruano, em Lima, com a participação de Dilma Rousseff (Brasil), Cristina Kirchner (Argentina), Evo Morales (Bolívia), José “Pepe” Mujica (Uruguai), Rafael Correa (Equador), Juan Manuel Santos (Colômbia) e Ollanta Humala (Peru).