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O presidente venezuelano Nicolás Maduro pediu, na noite desta segunda-feira (10/06), uma investigação sobre a suposta compra de 18 aviões militares dos Estados Unidos por opositores de seu país, para que fossem levados à Colômbia, conforme denunciou o ex-vice-presidente José Vicente Rangel no último domingo (09).
Segundo ele, o governo tem provas de uma conspiração em Bogotá contra seu governo e sabe a origem do financiamento a paramilitares que foram capturados em território venezuelano.
Maduro elogiou a iniciativa do vice-presidente colombiano, Angelino Garzón, que escreveu em seu Twitter que a denúncia de Rangel deveria ser investigada. “Quem investiga? Se é a ONU ou uma comissão bilateral do governo da Colômbia e do nosso governo, bom, vamos entrar num acordo. Mas a denúncia feita pelo ex-vice-presidente José Vicente Rangel deve ser investigada no mais alto nível”, afirmou o presidente a jornalistas, durante um ato em Caracas. Para Maduro, Rangel fez bem em realizar a denúncia: “Às vezes é preferível alertar a tempo do que lamentar”.
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O presidente venezuelano disse ainda que a captura dos colombianos — que o serviço de inteligência do país identificou como paramilitares integrantes de importantes quadrilhas do país vizinho — “é uma das tantas provas” que serão apresentadas acerca de uma conspiração contra seu governo, como vem denunciando desde a campanha eleitoral. “Sei o que estou dizendo”, garantiu, afirmando que, após a captura dos colombianos, “a direita ficou calada”.
“Os paramilitares que foram capturados são super conhecidos no mundo do assassinato político, da morte de aluguel na Colômbia”, disse, afirmando saber quem são os membros da oposição que foram ao país vizinho, com quem se encontraram e quem são os financiadores dos supostos grupos paramilitares enviados à Venezuela. “Vou dizer ao presidente [colombiano Juan Manuel] Santos, algum dia em que nos vejamos cara a cara, para que ele saiba quem está conspirando, de Bogotá contra a Venezuela”, expressou.
Segundo o mandatário venezuelano, os colombianos apreendidos tinham “vários objetivos” em seu país. Um deles, segundo Maduro, era o assassinato de soldados que atuam na missão Pátria Segura, com a qual militares, nas ruas, combatem a criminalidade. Outro objetivo seria aumentar propositalmente o índice de homicídio nas principais cidades venezuelanas. E por último, sublinhou, os paramilitares planejavam seu assassinato.
“Quando nós dizemos que tem uma direita fascista que foi à Colômbia para conspirar contra a Venezuela, é porque nós… Ai meu deus, não posso falar mais, algum dia, mais pra frente, vou contar tudo, quando os tenhamos totalmente desmantelados, aí poderei contar tudo”, esquivou-se. Maduro disse também que os colombianos capturados traziam mapas e tinham conexão direta com venezuelanos em Caracas. “Estamos a ponto de capturar alguns deles”, afirmou, dizendo saber que muitos dos supostos conspiradores passarão a se definir como “perseguidos políticos”.
Agência Efe (10/06)
Ministro do Interior Miguel Rodríguez em coletiva de imprensa sobre captura de suspeitos de envolvimento com grupos paramilitares
O chefe de Estado disse ainda que qualquer paramilitar colombiano que for identificado no país será processado e cumprirá pena na Venezuela. “Não vamos entregá-los à Colômbia, eles irão para a prisão aqui, porque vieram assassinar venezuelanos. Todo paramilitar que (…) venha com esse tipo de plano vai parar na prisão venezuelana e lá apodrecerá, não sairá de lá”.
Segundo Maduro, o financiamento do que denomina “conspiração” contaria com a participação de uma associação civil chamada “Gente do Petróleo”. De acordo com ele, o destino de “grandes quantidades de dólares” para tais operações teria por trás membros da indústria petrolífera que atuaram no “paro petrolero” (2002-2003), uma ação política iniciada no setor do petróleo, quando a oposição paralisou a economia venezuelana, em uma tentativa de derrubar Hugo Chávez. Esses membros, segundo Maduro, hoje residiriam na Colômbia.