Falando a apoiadores no Palácio de Miraflores, em Caracas, o presidente eleito Nicolás Maduro pediu neste domingo (14/04) que a oposição reconheça o resultado e acenou à paz na Venezuela. Ele também prometeu dar continuidade ao processo político levado a cabo pelo falecido presidente Hugo Chávez e estabelecer um governo de “unidade”.
Maduro derrotou Henrique Capriles, conquistando 50,7% dos votos, contra 49,07% do candidato opositor. “Saibam administrar o resultado, sem prepotência. Sem chamar à violência. Não! Não queremos violência. Pedimos paz e tolerância. Querem fazer auditoria? Bem vindos à auditoria. Confiamos no poder eleitoral da Venezuela”, afirmou Maduro.
Setores da oposição solicitaram recontagem de 100% dos votos depositados neste domingo. “Eles tentaram iniciar a violência, mas nós não. O povo quer cantar pátria. Aqui estamos com a nossa fortaleza, para aguentar o que quiserem fazer com a nossa pátria. O juro no balcão do povo. Serei presidente da paz dessa pátria”, avisou Maduro.
Ele relatou que manteve uma conversa telefônica com Capriles pouco antes do anúncio do resultado. “Há duas horas, recebemos uma solicitação da MUD porque o candidato queria conversar comigo. Eu decidi receber a chamada, há meia hora, para escutá-lo. Somos democráticos e devemos defender esses princípios. Ele me transmitiu sua visão e eu, a verdade. Em primeiro lugar, há resultados. Há um poder eleitoral. Ele propôs que mandássemos gente ao CNE para fazer um pacto. ‘Não, que o CNE diga o resultado antes!’, disse. Propus que o poder eleitoral fizesse seu trabalho. Ele disse que ia pensar”, contou o presidente venezuelano. Segundo Maduro, Capriles teria dito que o chavismo precisava “levar em conta” os votos da oposição.
NULL
NULL
“Vamos manter o país em dúvida por semanas? É brincar com a maioria” da população, respondeu o presidente. Ele em seguida fez um novo chamado à calma “Ao povo bolivariano e patriota, e aos que não votaram em mim, chamo à paz. Eles estão dizendo que ‘motorizados’ estão percorrendo lugares da oposição…que ninguém caia em provocações”, pediu.
“Amanhã, a vida continua, o trabalho continua. A construção da pátria continua. E agora com mais avinco e amor pelo gigante [Chávez], continuou Maduro. “A luta continua, que não se equivoquem”, completou.
Próximos passos
De acordo com ele, que estava acompanhado de familiares próprios e de Chávez, além de políticos nacionais e internacionais, “a construção da pátria entra numa nova fase”, ressaltando que quer montar “um governo poderoso do povo. Uma nova, ampla, poderosa maioria da revolução bolivariana.”
Para Maduro, houve “uma vitória trabalhada, lutada, em meio a uma situação de muita dor”, e que agora deve ser iniciada “uma nova etapa da revolução bolivariana, de eficiência, honestidade absoluta, do poder popular.”