A Casa Branca afirmou nesta segunda-feira (07/07) que a “maioria” das crianças que tentam cruzar a fronteira dos Estados Unidos não poderá ficar no país por razões humanitárias. O pronunciamento do porta-voz do governo norte-americano representa um endurecimento do discurso perante a crise gerada pela chegada em massa de crianças centro-americanas à fronteira sul do país. Nos últimos nove meses mais de 52 mil crianças já foram detidas na região fronteiriça.
Agência Efe
Recurso solicitado por Obama será usado para contratar mais juízes de imigração e construir instalações para abrigar os imigrantes
O governo apresentará amanhã ao Congresso o plano definitivo para acelerar a deportação dos jovens. De acordo com meios de comunicação norte-americanos, Obama solicitará cerca de US$ 2 bilhões por meio da legislação de despesa suplementar de emergência.
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Além disso, Obama pedirá mais autoridade ao secretário de Segurança Nacional, Jeh Johnson, para acelerar a deportação dos menores. Atualmente, os jovens imigrantes são realocados em instituições federais ou com parentes dentro do país aguardando a resolução do caso através do sistema de justiça migratória.
“É improvável que a maioria destas crianças que passa por um processo [judicial após sua chegada aos EUA] possa cumprir os requisitos para o alívio humanitário, o que significa que a maioria não terá uma base legal para ficar neste país. Se não cumprem os requisitos [para permanecer como refugiados], serão enviados outra vez a seus países”, disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, em coletiva de imprensa.
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Atualmente, o Tribunal de Imigração analisa caso a caso a situação, avaliando os possíveis riscos que essas crianças têm no retorno a seus países de origem.
“Isto não deve ser interpretado como uma tentativa de julgar de antemão o resultado do processo (judicial que atravessam os menores). Estamos comprometidos com a legalidade e serão examinadas cuidadosamente as reivindicações dos indivíduos que foram interceptados”, afirmou Earnest.
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Segundo dados do governo, 90 crianças e adolescentes não acompanhados cruzam a fronteira entre EUA e México diariamente e já são 52 mil os detidos nos últimos nove meses. O número poderá chegar a 100 mil até o final de ano. A isso somam-se os 39 mil adultos acompanhados de crianças detidos pelas autoridades
Programa Passo Seguro
O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, afirmou hoje, durante a inauguração do programa Passo Seguro, que as nações centro-americanas devem ser corresponsáveis pelo fenômeno da imigração e pediu que os países trabalhem em conjunto para resolver a questão.
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O mandatário afirmou ainda que o país deixou de ser essencialmente de imigração, para um de trânsito, de destino e também de retorno.
O secretário de governo do México, Miguel Ángel Osorio Chong, informou que durante o governo de Peña Nieto dois milhões de mexicanos que residiam nos Estados Unidos retornaram ao país. De acordo com Chong, nove em cada 10 mexicanos que retornaram têm idade para trabalhar e são qualificados.