A Assembleia que elegeu, nesta quarta-feira (19/04), Miguel Díaz-Canel como novo presidente de Cuba, tem como uma de suas marcas a diversidade. Mais da metade de seus membros – precisamente 53,22% do total – é de mulheres. Além disso, 40,5% de todos os parlamentares são pessoas autodeclaradas negras.
Cuba fica somente atrás de Ruanda como país com a maior proporção de mulheres no poder Legislativo. As províncias que mais elegeram mulheres foram Havana, com 52 deputadas, e Matanzas, com 23 parlamentares eleitas.
A diversidade da Assembleia cubana também se mostra na questão racial. Em comparação com outros países, Cuba apresenta um dos maiores índices de representantes negros em relação ao total. No Brasil, por exemplo, menos de 10% dos deputados federais se reconhecem como negros, somando 43 dos 513 parlamentares.
Em entrevista ao portal Brasil de Fato, a presidente da Comissão Eleitoral Nacional de Cuba, Alina Balseiro, afirmou que, além de o povo cubano ter escolhido mais mulheres para representá-lo, 47% dos deputados eleitos são fruto das assembleias dos núcleos de base de cada bairro. “Isso flui de forma autônoma. Não existe nenhum tipo de pressão, tudo é feito de forma voluntária. As pessoas escolhidas nesses espaços são a própria representação do povo”, diz.
Para Balseiro, para entender a formação da Assembleia Nacional cubana, é preciso entender a importância da participação popular no sistema eleitoral do país. “A seleção dos candidatos que participam das eleições nacionais começa na base, com uma assembleia de vizinhos. Isso envolve a participação do povo desde a primeira etapa.”
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Cubadebate
Dos 605 deputados eleitos nas últimas eleições parlamentares realizadas em março, 53,22% são mulheres