* Atualizada às 18h18
Mais de 700 mil pessoas se uniram a marchas silenciosas neste sábado (10/01) em várias cidades da França em memória das 17 vítimas dos ataques dos últimos três dias no país, o primeiro na quarta-feira (07/01) contra a revista Charlie Hebdo.
As manifestações aconteceram quase todas em silêncio. Segundo fontes policiais, Toulouse, no sul da França, reuniu pelo menos 80 mil pessoas e registrou uma das maiores passeatas de hoje. Pau, uma cidade de apenas 80 mil habitantes no sudeste da França, segundo a prefeitura, reuniu 40 mil pessoas.
Agência Efe
Multidão em Marselha; marchas em memória dos mortos dos últimos dias foram realizadas em várias cidades da França neste sábado
Também houve manifestações em Orléans, Nice (onde cerca de 25 mil se reuniram ao longo da praia), Nantes (30 mil), Lille (22 mil), e Besançon (20 mil).
Uma grande manifestação foi convocada para este domingo (11/01) às 15h (12h em Brasília) na Praça da República em Paris “em prol da unidade nacional e contra o terrorismo”. Confirmaram presença chefes de governo e representantes de vários países, como o primeiro-ministro britânico, David Cameron, a chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, e o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, entre outros.
Procura por Hayat Boumeddiene
Procurada pela polícia francesa, a companheira do atirador morto no cerco ao mercado kosher em Paris ontem teria fugido e estaria, desde antes dos eventos desta semana, fora do país, revelaram fontes policiais à agência AFP. Inicialmente, as autoridades acreditavam que Hayat Boumeddiene, 26, pudesse ter conexão direta com o ataque à Charlie Hebdo.
Fontes anônimas do governo turco confirmaram ao BuzzFeed News que Hayat, provável companheira de Amedy Coulibaly, viajou a Instambul no dia 2 de janeiro e provavelmente estaria agora na Síria, para onde chegou dois dias depois, ao cruzar a fronteira terrestre.
16 pessoas detidas
A polícia francesa teria detido até este sábado 16 pessoas suspeitas de terem envolvimento com os três ataques desta semana na França, que deixaram 20 mortos, inclusive três dos suspeitos.
Fontes judiciais declararam que as pessoas presas têm relações com os irmãos Saïd e Chérif Kouachi, considerados responsáveis pelo ataque à revista “Charlie Hebdo”, e com Amedy Coulibaly, que segundo a polícia seria a pessoa que na sexta-feira (09/01) manteve 15 reféns em um mercado de Paris e teria matado uma policial no dia anterior. Os três foram mortos em ações das forças de segurança francesas.
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O promotor-chefe da França, François Molins, afirmou que a investigação se concentraria em “determinar quem eram os cúmplices [dos suspeitos mortos], como estas ações criminosas foram financiadas, e que auxílio eles teriam recebido, dentro da França e a partir do exterior”.
Mais de 88 mil efetivos foram mobilizados nas operações de busca e captura dos suspeitos. A polícia segue buscando Hayat Boummedienne, de 26 anos, namorada de Coulibaly, de 32 anos, e amiga de Chérif Kouachi.
Hollande reúne gabinete
O presidente da França, François Hollande, reuniu seu gabinete de crise novamente neste sábado para abordar as medidas de segurança no país e os planos para a atuação das forças de ordem na manifestação de amanhã em Paris.
Trata-se da quarta reunião de crise mantida pelo Executivo desde o ataque contra a “Charlie Hebdo”. Ao encontro desta manhã no Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa, compareceram o primeiro-ministro, Manuel Valls, e os titulares de Interior, Defesa, Justiça e Cultura, entre outros.
Valls: “união nacional é melhor resposta”
Em discurso na cidade de Evry, no norte do país, o primeiro-ministro francês chamou a população a extrair lições do sucedido e a analisá-lo com “lucidez” diante da constatação de que o terrorismo é o “maior desafio” que a França enfrenta. “O terrorismo quer nos dividir. A mobilização dos franceses é a resposta mais bela”, insistiu Valls, segundo o qual cada um, tanto no nível político como particular, deve “assumir sua responsabilidade”.
O primeiro-ministro pediu que não sejam feitas conexões entre os que cometeram os atentados e os muçulmanos da França, e acrescentou que a melhor resposta que pode ser dada é a “união nacional”.
*Com informações de Agência Efe e BBC