Manifestação antifascista reúne milhares de pessoas na Itália
Ato foi convocado pela Confederação Geral Italiana do Trabalho, que teve sua sede invadida por membros do grupo neofascista Força Nova
Milhares de pessoas se reuniram neste sábado (16/10) para um cortejo e uma manifestação em Roma contra o fascismo e contra a violência ocorrida contra instituições democráticas no dia 9 na capital italiana. Cerca de 10 mil pessoas se juntaram ao cortejo e participaram do evento final, na praça San Giovanni, no fim da tarde.
O ato foi convocado pela Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL), maior sindicato do país e que teve sua sede invadida por membros do grupo neofascista Força Nova, com o apoio de outros grandes sindicatos, como a Confederação Italiana dos Sindicatos dos Trabalhadores (CISL) e a União Italiana do Trabalho (UIL).
Além das instituições que representam os trabalhadores, a manifestação conta com o apoio das siglas de esquerda e centro-esquerda, como o Partido Democrático (PD). Mas, há também o líder do partido populista, o ex-premiê Giuseppe Conte, que preside o Movimento 5 Estrelas (M5S), e da Igreja Católica, como o padre Luigi Ciotti, conhecido por lutar contra a máfia italiana.
O secretário-geral da CGIL, Maurizio Landini, abriu a manifestação afirmando que a Itália “nunca mais vai aceitar o fascismo”.
“O ataque ao sindicato, à CGIL, é um ataque à dignidade de todo o país. Estamos aqui para defender e estender a democracia no nosso país e na Europa. Essa não é uma manifestação de uma parte, é uma manifestação que defende a democracia para todos”, afirmou aos presentes.
CGIL/Reprodução
Ato foi convocado pela Confederação Geral Italiana do Trabalho, que teve sua sede invadida por membros do grupo neofascista Força Nova
Dom Ciotti também falou aos participantes e disse que “as discussões são o sal da democracia e a violência é a sua negação”.
“A violência dos fascismos, dos racismos e das soberanias nasce do veneno de uma sociedade desregrada e de uma democracia pálida onde muitos direitos são palavras ditas ou escritas em uma Constituição, mas não se traduzem de maneira concreta. Depois, há também a violência das máfias que se alimentam dos vazios da democracia, da coesão e da injustiça social e ambiental”, acrescentou.
