Manifestantes e policiais entraram em confronto hoje no centro de Roma, capital da Itália, com o lançamento de pedras e garrafas de um lado e de bombas de gás lacrimogêneo de outro, marcando os protestos contra o governo no dia em que foram votadas as moções de confiança e desconfiança no Parlamento.
Os choques mais violentos ocorreram nos arredores do Senado, onde há pouco tempo os parlamentares desta casa legislativa deliberaram a favor da moção de confiança que manteve o premier Silvio Berlusconi no cargo.
A maior parte das pessoas que participava da manifestação era de estudantes, que há semanas protestam contra a reforma universitária aprovada pelo governo. Porém, organizadores do protesto de hoje atestaram que pequenos grupos violentos se infiltraram no ato.
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Um policial que controlava um lado do bloco de manifestantes a poucos metros do Palazzo Grazioli, a residência oficial de Berlusconi em Roma, foi agredido por um grupo de pessoas que participavam do protesto. Um estudante chegou a sair ferido por uma garrafa lançada contra um veículo da polícia.
A manifestação dos estudantes se somou ao de outros de oposição ao governo, que se concentraram em diferentes lugares do centro da capital, como no Coliseu e na praça da Igreja dos Santos Apóstolos. Desde o início da manhã, a polícia, equipada com instrumentos anti-motins, controlava o centro da cidade.
Desde sábado, italianos saem às ruas para protestar contra o chefe de Governo do país por conta da votação, no Senado e na Câmara, das moções de confiança e de desconfiança, respectivamente, que ocorreram hoje. Um dos protestos foi convocado pela legenda de oposição Partido Democrata (PD), com o lema “com a Itália que quer mudar”.
O PD, junto com o outro partido opositor Itália dos Valores (IDV), foram os responsáveis pela apresentação da moção de desconfiança na Câmara, que foi rejeitada hoje por uma diferença de três votos — 314 contra e 311 a favor. Antes da decisão dos deputados, o Senado já havia aprovado uma moção de confiança ao governo por 162 votos a favor e 135 contra. Com estes resultados, Berlusconi continuará como primeiro-ministro da Itália.
Protestos
Estudantes italianos têm protestado contra o governo desde novembro, quando foi colocado em debate na Câmara o projeto de reforma universitária proposta pelo Ministério da Educação que prevê, entre outros, cortes orçamentários para o setor.
Uma série de protestos, convocados pela agremiação União dos Universitários (UDU), já ocorreu em diversas cidades italianas e estudantes chegaram a ocupar prédios históricos, como o Coliseu e a Torre de Pisa, na cidade de Pisa. Em Veneza, estações ferroviárias foram ocupadas e trens impedidos de trafegar, enquanto em Milão o serviço metropolitano chegou a ser interrompido.
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