Dezenas de manifestantes se reuniram no início da noite desta sexta-feira (26/02) em frente ao hotel onde o presidente argentino, Mauricio Macri, está hospedado no centro de Roma. Eles pediam a libertação da líder comunitária e deputada eleita do Parlasul (Parlamento do Mercosul) Milagro Sala, detida há mais de um mês na Argentina. A manifestação teve início antes da chegada do presidente, que viajou à Itália para se reunir com o papa Francisco neste sábado (27/02).
Reprodução Daniel Galvalizi/Twitter
Protesto teve início antes de Macri chegar ao hotel em Roma
Os manifestantes seguravam cartazes como “liberdade para Milagro Sala”, “basta de demissões” e “pátria sim, abutres não”, em referência ao acordo que Macri está negociando com os fundos especulativos conhecidos como “abutres”. Sala chegou a ser chamada de “presa política do governo argentino”.
“Isso não é só pela libertação de Milagro, também é contra o ajuste [econômico] e contra as demissões”, afirmou à agência de notícias Télam Leandro, manifestante que recusou fornecer o sobrenome. Ele disse que o protesto foi organizado por organizações como a Associação de Exilados Argentinos na Itália pela Memória, Verdade e Justiça.
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Em 16 de janeiro, Sala foi detida quando participava de um protesto contra o governador da província de Jujuy, Gerardo Morales, aliado de Macri. Ela foi acusada de “instigação ao crime e à desordem”. Duas semanas depois, o juiz Gastón Mercau a liberou da acusação, mas voltou a prendê-la por suposta associação ilícita e fraude administrativa de recursos públicos destinados à construção de moradias pelo grupo Tupac Amaru, do qual é líder.
Protestos populares na Argentina pediram a libertação de Sala. Na semana passada, os advogados da líder comunitária apresentaram uma denúncia, assinada por seis deputados do Parlasul, à Justiça argentina contra os juízes e a promotora envolvidos no caso. Na denúncia, eles afirmaram que a detenção de Sala representa “graves violações de direitos humanos” e infringe a Constituição do país.