Manifestantes pró-europeus ocuparam o prédio do Ministério da Agricultura, localizado a poucos metros da praça da Independência, e levantaram mais barricadas nas ruas próximas à sede presidencial, nesta sexta-feira (24/01), em Kiev.
Agência Efe
Oposição pró-UE (União Europeia) levantou barricadas, com pneus e sacos de areia envoltos de neve
Na quinta (23/01), a oposição havia lançado um ultimato ao presidente do país, Viktor Yanukovich, afirmando que o líder teria 24 horas para renunciar e convocar eleições antecipadas, em uma espécie de “cessar-fogo”. Como as negociações terminaram em “modestas concessões”, de acordo com a oposição, os militantes prepararam a ofensiva prometida. “Horas de conversas foram gastas para nada”, disse o líder da oposição, Vitaly Klitschko, que teme a possibilidade de novas mortes.
Agência Efe
Barricadas foram colocadas próximas à sede presidencial, no centro da capital ucraniana
Paralelamente, Yanukovitch anunciou nesta sexta uma reforma no governo para “formar uma equipe mais profissional”, explicou. O presidente também advertiu que empregará “todos os meios legais disponíveis” se não se encontrar uma solução para a crise com a oposição, sinalizando um possível endurecimento na legislação.
NULL
NULL
Repercussão internacional
O aumento da violência de Kiev chamou atenção de outros países. Hoje, o chanceler francês, Laurent Fabius, censurou as atitudes repressivas dos oficiais do governo nas manifestações. “Foi dada a ordem de disparar contra a multidão, o que é evidentemente inadmissível”, afirmou. Ontem, Washington ameaçou impor sanções contra a Ucrânia se a situação no país não melhorar.
Na quarta, pelo menos cinco civis foram mortos e mais de 300 ficaram feridos em confrontos entre manifestantes e policiais, em um dos dias mais violentos dos protestos, que já duram dois meses. Os protestos começaram após o governo se recusar a assinar um acordo com a União Europeia, optando por se aproximar da Rússia, o que gerou revolta da população.