Um dia antes da Cúpula de Líderes Progressistas, que será realizada amanhã (28) no Chile, o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou que “seria de extrema importância um gesto por parte dos Estados Unidos da suspensão do bloqueio a Cuba”, o que, segundo ele, se configura como “uma medida apoiada por todos os governos da região, de esquerda e de direita”.
“Isso não significa que os países estejam de acordo com o regime cubano, mas significa eliminar uma decisão política que corresponde à Guerra Fria”, acrescentou, sem se posicionar, no entanto, sobre qual seria a posição brasileira sobre uma possível abertura política na ilha.
Garcia palestrou durante seminário na cidade chilena de Viña del Mar, anterior à reunião, que reunirá os presidentes de Brasil, Argentina, Chile e Uruguai e os chefes de Governo de Reino Unido, Espanha e Noruega, além do vice-presidente dos Estados Unidos.
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G20 e esquerda na AL
O assessor criticou o fato de a cúpula do G20, que será realizada no dia 2 de abril, em Londres, não incluir líderes como o venezuelano Hugo Chávez, o boliviano Evo Morales e o equatoriano Rafael Correa. Para eles, as ausências limitam o escopo do evento.
“Há outra formas de 'progressismo' que se reúnem em outras instâncias; em algumas participamos e, em outras, não. O tempo das 'Internacionais' (Socialistas) já passou”, afirmou. Ele reclamou de que “o conceito de populismo está sendo utilizado na América Latina para desqualificar certas experiências populares”, como chama esses governos de esquerda.
Protecionismo
Garcia se se queixou de haver “dois pesos e duas medidas” aplicados pelos países desenvolvidos no que envolve a discussão do protecionismo após a eclosão da crise econômica mundial. Ele citou o caso dos Estados Unidos, que aplicam uma taxa à importação do etanol brasileiro e não a faz com a de petróleo.
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cortou pela raiz qualquer foco de protecionismo em sua administração, porque considera que é como uma droga que proporciona uma euforia instantânea, mas que, com o tempo se torna prejudicial”, afirmou.
Brasil e Argentina
O assessor assegurou que “Brasil e Argentina concordam em muitos assuntos” e disse que “no G20 ambos adotarão uma posição comum ante uma crise que não foi provocada por eles, mas que é sentida devido às receitas daqueles que a causaram”.
“O controle dos organismos financeiros e o combate aos paraísos fiscais”, afirmou, “são pontos que vamos abordar junto com a Argentina e com outros países da região em Londres”.
“A riqueza da América Latina é precisamente o contrario do que aqueles sistemas propunham; a riqueza dos nossos países é a democracia e a liberdade”.
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