O Mercosul analisará na próxima reunião de cúpula do grupo, que será realizada no próximo dia 20 em Montevidéu, alternativas para o ingresso formal da Venezuela ao bloco. No momento, ela está travada no Senado paraguaio, última instância de um país-membro em que precisava de aprovação.
Na reunião, em que o Uruguai repassará a presidência temporária do grupo à Argentina, também será abordada uma possível incorporação do Equador e da Bolívia, atualmente membros associados.
O presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou em várias ocasiões que a entrada da Venezuela “fará bem” ao Mercosul e “dará mais equilíbrio” ao bloco.
A regulamentação do Mercosul exige consenso dos quatro países-membros para aprovar um novo ingresso. Os governos e Parlamentos de Brasil, Argentina e Uruguai já deram seu sinal verde à entrada venezuelana, mas no Senado paraguaio o assunto permanece travado.
Após participar neste fim de semana em Buenos Aires da cerimônia de posse de Cristina Fernández de Kirchner, Mujica disse que buscará uma “revisão do critério jurídico” do bloco.
O presidente frisou que Brasil, Argentina e Uruguai “estão de acordo” com essa possibilidade “e agora é preciso consultar (o presidente do Paraguai, Fernando) Lugo”.
A vontade de Mujica de mudar o critério jurídico de ingresso ao bloco regional é como “querer mudar a Constituição da República por meio de um decreto do Poder Executivo”, comentou nesta segunda-feira o jornal uruguaio El Observador em artigo intitulado “Venezuela e a porta dos fundos do Mercosul”.
Se o Paraguai “não aceita votar a entrada da Venezuela, muito menos vai aceitar votar um tratado que mude o contrato original do Mercosul”, acrescentou a publicação.
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