Autoridades de Alemanha, França, Espanha, Reino Unido, Canadá e Israel manifestaram nesta sexta-feira (07/04) seu apoio ao bombardeio dos Estados Unidos contra uma base aérea da Síria, a primeira ação militar direta de Washington contra Damasco.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, acusaram o presidente sírio, Bashar al Assad, de carregar “sozinho a responsabilidade” pelo suposto ataque com armas químicas da última terça (04/04) e pelo subsequente bombardeio norte-americano.
Em comunicado conjunto divulgado após uma conversa por telefone, Merkel e Hollande acusaram Assad pelo “massacre com armas químicas do dia 4 de abril” em Khan Sheikhoun.
O ataque no qual pelo menos 70 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas foi usado como justificativa pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para o bombardeio da madrugada desta sexta-feira.
Agência Efe / Arquivo
Angela Merkel, chanceler da Alemanha, e François Hollande, presidente da França, culparam Assad por ataque dos EUA contra Síria
No entanto, tanto o governo sírio como a Rússia, seu principal aliado, negam essa versão e sustentam que o ataque tinha como alvo um depósito dos terroristas do Estado Islâmico e da Frente Al Nusra que abrigava armas químicas – que depois atingiram os civis.
Merkel e Hollande também pediram que a comunidade internacional prossiga com seus esforços para conseguir uma transição política na Síria, depois do ataque com mísseis realizado pelos EUA.
“Alemanha e França pedem para a comunidade internacional que respaldem a resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU e o comunicado de Genebra”, afirmam os dois líderes.
Ambos os textos defendem a busca para uma solução política na Síria, onde acabem as hostilidades e se forme um governo de transição no país, antes de dar passagem para as eleições, objetivos das conversas de Genebra, que fizeram pouco progresso nos últimos meses.
Reino Unido
Um porta-voz da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse que a ação militar dos EUA é “a resposta apropriada” à agressão “selvagem” realizada pelo Exército sírio contra civis com armas químicas.
A fonte disse que confia em que o bombardeio ordenado pelo presidente americano, Donald Trump, servirá para “impedir outros ataques” de Damasco no futuro.
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O governo de Theresa May liderou, ao lado dos EUA e da França, os esforços diplomáticos para conseguir que o Conselho de Segurança das Nações Unidas autorize uma investigação sobre o suposto ataque com armas químicas.
No entanto, Downing Street, a residência da primeira-ministra britânica, deixou a entender que não envolverá o Reino Unido na ofensiva militar contra Assad.
Espanha
O governo espanhol considerou nesta sexta-feira que o bombardeio dos Estados Unidos contra uma base militar na Síria “é uma resposta medida e proporcionada” à utilização de armas químicas pelo exército sírio contra a população civil do país.
O Executivo liderado por Mariano Rajoy (PP, centro-direita) assegurou em comunicado que a ação americana “é limitada em seu objetivo” e acrescentou que tratou-se de um ataque contra uma base militar, “não contra alvos civis”.
Já PSOE, líder da oposição espanhola, reivindicou “encontrar um guarda-chuva de legalidade internacional” para poder intervir e pôr fim à guerra da Síria, enquanto o Podemos (esquerda, terceira força no Congresso) uniu-se a este pedido e considerou de “máxima gravidade” que o lançamento de mísseis tenha sido feito desde porta-aviões baseados em Rota (sul da Espanha).
Canadá
Por meio de comunicado, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, manifestou o “total apoio” de seu governo à ação militar dos EUA contra a Síria. “O Canadá apoia integralmente a ação limitada e focada dos Estados Unidos para prejudicar a capacidade do regime de Assad de lançar ataques com armas químicas contra civis inocentes”, disse o premiê.
“O uso de armas químicas pelo presidente Assad e os crimes que o regime sírio cometeu contra seu próprio povo não podem ser ignorados”, afirmou Trudeau.
Israel
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também disse apoiar “totalmente” o ataque dos EUA contra a Síria.
“Israel apoia totalmente a decisão do presidente Trump”, escreveu o premiê em seu Twitter. “Israel espera que esta atitude diante das ações horrendas do regime de Assad ressoe não só em Damasco, mas também em Teerã, Pyongyang e além”, aludiu Netanyahu aos governos de Irã e Coreia do Norte.
Jordânia
A agência de notícias estatal da jordânia reportou que a administração do rei Abdullah II classificou o ataque dos EUA contra a Síria como “necessário e apropriado”.
Mohammed Momani, ministro de Comunicação e Mídia e porta-voz do governo, disse que os recentes acontecimentos na Síria reiteram a necessidade de a comunidade internacional se unir para encontrar uma solução política para a crise no país e apoiar os esforços para o sucesso dos diálogos de paz entre Damasco e a oposição em Genebra.
*Com Agência Efe