Angela Merkel tomou posse nesta terça-feira (17/12) como chanceler da Alemanha para uma terceira legislatura, com o voto de ampla maioria do Bundestag (câmara baixa) após o acordo de coalizão entre o bloco conservador e os sociais-democratas.
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Quase três meses depois das eleições realizadas em 22 de setembro, 462 deputados dos 621 presentes na casa (10 parlamentares faltaram à sessão) apoiaram a candidatura de Merkel, que comandará o destino da principal potência europeia por mais quatro anos.
Agência Efe
Merkel (à esquerda) é novamente nomeada chanceler pelo presidente alemão Joachim Gauck
A grande coalizão pactuada entre a CDU (União Democrata-Cristã), de Merkel, sua ala bávara, a CSU (União Social-Cristã), e o SPD (Partido Social-Democrata) soma 504 cadeiras. Vários deputados destes três partidos não apoiaram sua posse.
A votação foi secreta. Ao todo, 150 deputados foram contra a coalizão e nove se abstiveram.
Logo após ser anunciado o resultado, Merkel “agradeceu a confiança” do Parlamento. A nomeação foi recebida com longos aplausos das cadeiras e do público, onde estava a mãe da chanceler, Herlind Kasner.
Merkel liderará nesta legislatura a terceira grande coalizão que se forma na Alemanha desde a II Guerra Mundial, após a comandada por Kurt Georg Kiessinger nos anos 1960 e a comandada por ela própria entre 2005 e 2009.
Na atual legislatura a oposição parlamentar fica reduzida ao grupo Die Linke (“A Esquerda”) e os ambientalistas dos Verdes, que somam 127 cadeiras.
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Antes de começar a sessão de posse, o plenário realizou um minuto de silêncio em homenagem ao falecido ex-presidente sul-africano e prêmio Nobel da Paz Nelson Mandela.
Após a votação, Merkel e os ministros do novo gabinete – seis da CDU, três da CSU e seis do SPD – serão nomeados formalmente pelo presidente alemão, Joachim Gauck.
A união dos três partidos para formar maioria foi sacramentada neste final de semana, após os filiados ao SPD terem dado sinal verde para a coligação.
O acordo, chamado de “Contrato de coalizão”, traz os pontos que foram discutidos durante a negociação para a formação do governo. Entre eles, a implantação de um salário mínimo de € 8,50 por hora, o pedágio para motoristas de fora da Alemanha e a redução de preços de medicamentos, apesar de ainda haver discordâncias sobre alguns temas específicos.
Neste final de semana, Merkel anunciou como fica o novo governo. Os ministros do FDP (Partido Democrático Liberal), que não atingiu a cláusula de barreira nas eleições de setembro e ficou sem representação no Bundestag, deixam os cargos – entre eles, a vice-chancelaria, que passa a ser ocupada por Sigmar Gabriel, líder do SPD. Ele acumula também o “superministério” de Economia e Energia.
Outro membro do FDP que deixa o governo é Guido Westerwelle, atual ministro de Relações Exteriores. Para o lugar dele, volta Frank-Walter Steinmeier, que já esteve no cargo no primeiro governo Merkel, entre 2005 e 2009, época em que CDU, CSU e SPD se coligaram.
A chanceler aproveitou a movimentação para tirar do cargo de ministro da Defesa Thomas de Mazière, recentemente envolvido em um escândalo sobre a compra de drones (aviões não tripulados) para o país. Ele retorna ao Ministério do Interior, cadeira que ocupou na primeira metade do atual governo.
Nas eleições de 22 de setembro, o bloco de Merkel ficou a quatro assentos de conseguir maioria no Bundestag. Segundo o resultado final, a União (CDU + CSU) obteve 41,5% dos votos, contra 25,7% do SPD, 8,6% do “A Esquerda” (Die Linke) e 8,4% dos Verdes. O FDP registrou 4,8% e não conseguiu representação no Parlamento.