As autoridades birmanesas libertaram 69 pessoas, incluindo vários presos políticos, por “razões humanitárias”, segundo indicou nesta sexta-feira (15/11) um comunicado do escritório da Presidência.
“O comitê que examina o estado dos presos políticos segue trabalhando para garantir a anistia de todos os restantes antes do final de dezembro de 2013”, afirmaram as autoridades birmanesas.
Entre os libertados se encontram dezenas de ativistas políticos, afirma a nota governamental.
O presidente birmanês, Thein Sein, durante uma visita em julho ao Reino Unido, anunciou que todos os presos políticos nas prisões do país seriam libertados antes de final de ano.
A AI (Anistia Internacional) disse em comunicado que a libertação dos presos políticos é um passo positivo, mas advertiu que está esgotando o tempo ao governo para cumprir sua promessa antes de 2014.
“A libertação de hoje é bem-vinda, mas permanece o fato de que há muitos prisioneiros por atividades políticas pacifistas em Mianmar”, disse Isabelle Arradon, subdiretora d AI na região Ásia-Pacífico.
“Seguimos recebendo informações de que ativistas pacifistas e defensores dos direitos humanos estão sendo perseguidos com ameaças de ser presos por nada. Isto tem que acabar ou as libertações como esta não significarão nada”, precisou Arradon.
Entre os réus libertados hoje se encontram a ativista da minoria karen Naw Ohn Hla, condenada a dois anos de prisão com trabalhos forçados por protestar em agosto contra um projeto mineiro.
NULL
NULL
No entanto, outros ativistas continuam presos, como Tun Aung, um muçulmano da minoria rohingya que cumpre uma pena de 17 anos de prisão por protestar contra a violência sectária no ano passado. Outro exemplo é o defensor dos direitos humanos Kyaw Hla Aung.
O anúncio do Governo birmanês é posterior à visita de várias delegações internacionais como a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, ou o ex-primeiro-ministro de inglês, Tony Blair.
Após quase meio século governada por generais, Mianmar iniciou em 2011 uma mudança rumo à democracia após a dissolução da última junta militar e a transferência do poder a um governo civil comandado por Thein Sein, primeiro-ministro no regime anterior.
Desde então, foram declaradas anistias de vários presos, sindicatos foram legalizados, assim como a oposição política. Também teve início umm processo de negociação com as guerrilhas étnicas armadas.