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A ex-presidente do Chile Michelle Bachelet visitou nesta terça-feira (10/09) lugar onde ela e a mãe, Ângela Jeria, foram torturadas após o golpe de Estado que Augusto Pinochet liderou em 1973 para derrubar o governo de Salvador Allende. Nesta quarta (11), o golpe completa 40 anos.
Agência Efe
Michele Bachelet se emocionou durante visita a antigo centro de tortura
O local é hoje o Parque da Paz Vila Grimaldi. Antigamente, era um centro de extermínio e tortura, no qual 229 prisioneiros foram assassinados ou desapareceram. Segundo os dados oficiais, 4,5 mil prisioneiros políticos passaram pela Vila Grimaldi entre 1973 e 1977.
Durante o ato realizado no parque para marcar o aniversário do golpe, Bachelet estava visivelmente emocionada e, no final, ainda deixou um cravo vermelho no chamado Muro dos Nomes. Nesse muro, sob o verso de Mario Benedetti – “O esquecimento está cheio de memória” -, estão gravados os nomes dos prisioneiros executados e desaparecidos no lugar, denominado “Quartel Terranova” pela polícia secreta da ditadura.
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“Uma ferida que se mostra suja e contaminada não se cura”, declarou Michelle Bachelet, cujo pai, um general da Força Aérea que se opôs ao golpe de Pinochet, morreu na prisão em março de 1974.
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“Nunca me custou estar aqui”, ressaltou a ex-presidente socialista (2006-2010) em declarações após a cerimônia. “Claro que há emoções, há lembranças que voltam e outras que ficam onde estiveram”, completou.
“Voltei hoje também em qualidade de sobrevivente da Vila Grimaldi, o que, por um lado, traz a memória de tudo o que foi vivido por milhares de compatriotas (…). Como assinalamos nestes últimos dias, temos a necessidade de seguir avançando em um reencontro que só é possível sobre a base da verdade e a justiça”, concluiu.