Na tarde de hoje (3), milhares de manifestantes, dentre eles, representantes de organizações sindicais e camponesas a favor do presidente constitucional deposto Manuel Zelaya, solicitaram em frente à sede da OEA (Organização dos Estados Americanos), em Tegucigalpa, o regresso do presidente, destituído após um golpe de Estado no domingo (28).
O secretário-geral da organização, José Miguel Insulza, chegou a Honduras hoje em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira), de acordo com informações da imprensa local. Insulza está no país para pedir às autoridades que exercem o poder desde o golpe de Estado “que mudem o que estiveram fazendo agora e encontrem maneiras de retomar a normalidade”, segundo expressou ontem.
Também aterrissou em Honduras a Prêmio Nobel da Paz, Rigoberta Menchú, da Nicarágua. “Vim para falar com qualquer um que queria escutar, que queria buscar a paz”, disse Menchú.
Contra
A ida do secretário-geral ao país centro-americano suscitou a indignação de diversos setores de Honduras, que vêem na visita uma tentativa de intervenção nas políticas internas do país. De acordo com Ramón Custodio, presidente da Comissão de Direitos Humanos do governo, “Honduras não nasceu com a OEA”.
“Se a OEA quer nos expulsar, sobreviveremos, porque os poderes da OEA não são divinos. Seguiremos exercendo o direito à autodeterminação”, disse ao Opera Mundi.
Manifestantes mostram apoio ao governo de Micheletti, em frente à Casa Presidencial, em Tegucigalpa
Segundo Custodio, cujo cargo – institucional – o obrigaria a ser imparcial, Zelaya é uma pessoa “possivelmente doente, um desequilibrado mental, que não poderia ter permanecido no país porque era um perigo para a paz social, a Constituição e a si próprio”.
O hondurenho admitiu que ter expulsado o presidente do país da forma como foi, “se violou o direito internacional e o direito pessoal, mas o ato evitou que muita gente fosse morta ou exilada no país pelas mãos das políticas de Manuel Zelaya”.
Enquanto o encontro entre Insulza e Roberto Micheletti não acontece, o povo de Tegucigalpa segue dividido entre aqueles a favor e contra a saída do presidente.
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