Milhões de indianos saíram às ruas nas principais cidades da Índia para apoiar a greve geral proposta pelos onze principais sindicatos do país e que contou com o apoio de mais de 500 organizações de menor porte. Os manifestantes protestam contra a alta dos preços e pedem uma reforma visando melhor proteção dos direitos trabalhistas. Trata-se da maior mobilização popular ocorrida no país nos últimos anos.
O volume dos protestos não chegou a afetar a vida cotidiana das duas principais cidades da Índia, Nova Délhi e Bombaim, mas enfraquecem o governo de Manmohan Singh, acusado de não ter colocado em prática as reformas prometidas durante a eleição de 2009, vencida pelo Partido do Congresso, que comanda a coalizão de centro-esquerda no poder.
A cidade de Calcutá (ao leste), e a região de Kerala, no sul, no entanto, foram os locais de mais forte mobilização. Bancos, estabelecimentos comerciais, transportes públicos e escritórios se encontram fechados.
A inflação na Índia, é aumentada principalmente pela alta dos preços do petróleo, e chegou a 9% em dezembro do ano passado, o que prejudicou principalmente a parcela mais pobre da população, que tem dificuldade em conseguir consumir os produtos mais básicos.
Para tentar conter o avanço dos preços, o Banco Central atacou a política monetária, estrangulando o crescimento. Com a medida, as previsões de aumento do PIB para o ano fiscal, que termina no fim de março, foram revistos para baixo, em 7%. Como resultado, em janeiro a inflação chegou a 6,5%, aumentando as esperanças de uma flexibilização do crédito.
Em um país onde a economia informal é responsável por cerca de 80% dos ativos, os manifestantes também protestaram contra o que classificam como uma “política anti-trabalho” do governo. A greve teve grande adesão nos setores bancários e de transportes – exceto pelos taxistas, que se opuseram à greve.
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