O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, e o chefe das Forças Armadas, Zamora Induta, foram feitos reféns por militares na manhã desta quinta-feira (1/04) que queriam destituí-los do poder.
Valdimir Montero, porta-voz da ONU no país, disse que um grupo de militares deteve o Gomes Júnior, às 11h30 local (7h30, Brasília). Ele foi levado para o seu escritório e obrigado a apresentar a renúncia, o que se negou, enquanto o coronel Antonio Indjai se auto-proclamava chefe do Estado-Maior.
Fontes diplomáticas e de organizações internacionais confirmaram Indjai, assumiu o comando desta operação, segundo informações divulgadas em Lisboa pela Agência Lusa.
Indjai ameaçou matar o primeiro-ministro caso a população, que saiu às para defender seu chefe de Governo, não abandone pare os protestos
Os fatos aconteceram minutos depois que o almirante Bubo Na Tchuto, ex-chefe do Estado-Maior da Armada, que supostamente tentou dar um golpe de estado contra o presidente assassinado João Bernardo Vieira, abandonou, acompanhado por militares, a sede da ONU em Bissau, onde estava refugiado há vários meses.
Tchuto, acusado de colaborar com narcotraficantes sul-americanos no trânsito de cocaína rumo a Europa, fugiu para Gâmbia após ser acusado de tentar matar Vieira em 2008, mas retornou há poucos meses para se refugiar no escritório da ONU em Bissau, de onde saiu hoje depois de 94 dias.
Enquanto isso na cidade de Bissau, a população foi às ruas protestar contra o eventual golpe de estado e em favor de Gomes Júnior. Centenas de pessoas concentraram-se diante da sede do Executivo com o intuito de manifestarem a sua solidariedade para com Carlos Gomes Júnior, reprovando as manobras dos militares.
Indjai proibiu qualquer tipo de concentração na rua e ameaçou “disparar” contra os manifestantes. Depois das ameaças, “há poucas pessoas nas ruas e as lojas estão fechadas”, segundo o correspondente da Efe.
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