O vice-ministro de Assuntos Exteriores de Israel, Dani Ayalon, propôs que, no caso de um acordo de paz, o futuro Estado palestino inclua áreas de Israel onde vivam muitos árabes em troca da anexação de colônias judaicas na Cisjordânia.
“Os árabes israelenses (palestinos com cidadania israelense) não perderão nada unindo-se ao Estado palestino. Em vez de dar aos palestinos terras vazias no (deserto de) Neguev, oferecemos a eles uma terra cheia de residentes que não terão que deixar suas casas”, disse Ayalon em uma entrevista publicada hoje pelo jornal árabe Asharq al-Awsat.
A ampliação das colônias judaicas é ilegal, de acordo com o Direito
Internacional, e viola o Mapa de Caminho, o plano de paz do Quarteto de
Madri (Estados Unidos, ONU, União Europeia e Rússia). Por outro lado, o direito de retorno dos refugiados palestinos, que
somam entre 4,5 e 7 milhões, segundo os critérios empregados em seu
cálculo, é reconhecido na resolução 191 das Nações Unidas, embora as
últimas negociações não tenham debatido nada além da volta de algumas
dezenas de milhares deles.
Abed Al Hashlamoun/EFE
Palestinos correm após atirarem epdras em soldados israelenses em Hebron, Cisjordânia
O vice-chanceler afirmou ainda que “pedir a Israel que detenha a construção dos assentamentos é como pedir aos palestinos que renunciem ao direito de retorno dos refugiados”.
Ayalon, do partido de ultra direita Israel Beiteinu, liderado pelo chanceler Avigdor Lieberman, ressaltou que espera “solidariedade nacional” dos israelenses, “tanto judeus como não judeus”.
“Respeitamos os árabes tanto quanto esperamos que eles nos respeitem. Não temos nada contra eles. Estamos falando de uma troca de terras. Por que não? Se os árabes em Israel dizem que estão orgulhosos de ser palestinos, por que não deveriam estar orgulhosos de ser parte de um Estado palestino?”, acrescentou.
Muro
Cerca de dois anos e meio depois da ordem da Suprema Corte, Israel começou a modificar o traçado do muro de separação construído em torno da aldeia de Bilin, no território ocupado da Cisjordânia.
A alteração devolverá aos moradores de Bilin, que protestam toda sexta-feira junto a ativistas israelenses e palestinos, cerca de 700 mil metros quadrados de terras de cultivo. Essas terras tinham ficado do outro lado da barreira para facilitar a expansão do assentamento judaico de Modiin Ilit.
Cerca de 150 mil metros quadrados de terrenos do povoado seguirão do lado oeste da barreira, que Israel começou a construir em 2002, pouco depois do início da Segunda Intifada.
Em setembro de 2007, a Suprema Corte de Justiça de Israel ordenou ao Poder Executivo e ao Exército a mudança do traçado do muro na altura de Bilin, o que o movimento de resistência popular palestino, que tinha tomado a causa como bandeira, interpretou como uma pequena vitória.
Desde então, o Poder Judiciário teve que lembrar em várias ocasiões que o Exército está obrigado a cumprir as sentenças da máxima corte rapidamente.
Segundo a ONU, até agora Israel completou pouco mais de 400 dos 710 quilômetros previstos da barreira. Deles, 85% estarão em território cisjordaniano e apenas 15% na chamada Linha Verde, fronteira imaginária aceita internacionalmente após a primeira guerra árabe-israelense (1948-49).
Grande parte da barreira é como um alambrado, mas quando passa pelos núcleos urbanos se transforma em um muro de concreto de até 8 metros de altura.
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