A agência de classificação de riscos Moody's rebaixou nesta quinta-feira (10/03) a qualificação da dívida soberana espanhola de Aa1 para Aa2 alegando que o custo do plano de reestruturação do sistema financeiro demandará mais dinheiro do que o previsto.
Em nota, a Moody's explicou que os custos da reestruturação serão maiores que os 20 bilhões de euros estimados pelo governo espanhol e provocarão um aumento do déficit.
Leia mais:
Desemprego na Espanha bate recorde e atinge 4,3 milhões de pessoas
Governo espanhol anuncia pacto social para lutar contra a crise
Para onde vai a Europa?
A Europa em marcha-à-ré
Na Irlanda, megaleilão expõe falência do mercado imobiliário
Estudo mostra sinais de recuperação das taxas de desemprego na União Europeia
Estratégia de combate à crise da dívida europeia precisa mudar, alertam especialistas
No final de setembro de 2010 a agencia já tinha retirado sua nota máxima Aaa da dívida espanhola e em dezembro, anunciou a possibilidade de voltar a baixar a classificação.
Para a agência, o custo da reestruturação do sistema financeiro pode chegar a 40 ou 50 bilhões de euros, e em um contexto de grave crise poderia atingir ainda 110 bilhões a 120 bilhões de euros.
Após o anúncio, a ministra da Economia e Fazenda, Elena Salgado, disse à agência Efe que as necessidades de capital das entidades financeiras espanholas “se mantêm” nos 20 bilhões de euros, cifrados tanto pelo Executivo como pelo Banco da Espanha (banco central).
A agência assinalou também que o Executivo de José Luis Rodríguez Zapatero tem um controle limitado sobre as regiões e destacou que a recuperação da economia espanhola apresenta perspectivas “apenas moderadas” de crescimento a médio prazo.
No entanto, a Moody's reconheceu o esforço do governo para reduzir as debilidades da economia espanhola, como a reforma da previdência e do mercado de trabalho, o que explica que o rebaixamento da dívida não tenha sido maior.
Além disso, a agência reconhece que a dívida espanhola é sustentável e descarta que a Espanha tenha de recorrer ao resgate financeiro internacional que a zona do euro criou para proporcionar liquidez a países endividados do bloco.
Aa2 ainda representa uma boa classificação, ao contrário do que aconteceu na segunda-feira, quando a Moody's baixou em três níveis a notação da Grécia, de Ba1 para B1.
O anúncio da Moody’s surge no mesmo dia em que o Banco da Espanha se prepara para tornar públicas as necessidades de recapitalização dos bancos e caixas de poupança espanholas para conseguir corresponder às novas exigências bancárias das autoridades.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL