A cidade de Macerata, na Itália, foi palco de um cortejo antifascista e antinazista neste sábado (10/02), em solidariedade às três pessoas feridas pelo jovem Luca Traini há uma semana.
Com apenas 41 mil habitantes, o município localizado na região de Marche, no centro do país, reuniu uma multidão de vários cantos da Itália. Para evitar confrontos, as autoridades blindaram toda a cidade, reforçando os esquemas de segurança, além de suspenderem aulas e interromperem os serviços de transporte público.
O prefeito de Macerata, Romano Carancini, autorizou a manifestação e demonstrou apoio, mas disse acreditar que “não era o momento certo”, já que o clima de tensão está elevado na cidade desde o tiroteio. “Com o coração, estarei nas ruas hoje. Mas, por coerência, reconheço que a cidade precisa respirar”, comentou. No último dia 3 de fevereiro, o jovem italiano Luca Traini disparou aleatoriamente contra imigrantes negros em Macerata.
Ele justificou o ato como uma vingança pelo assassinato da também jovem Pamela Mastropietro, que foi encontrada morta e desmembrada em malas. Os principais suspeitos do crime são nigerianos, o que inflamou os ânimos de Traini, que tem ligação com a extrema-direita italiana.
Reprodução/Twitter
Manifestação antifascista, na Itália, em solidariedade às três pessoas feridas pelo jovem Luca Traini
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As autoridades prenderam três suspeitos de envolvimento na morte de Pamela: Innocent Oseghale, Desmond Lucky e um outro jovem de 29 anos, detido na estação de Milão ontem.
O ministro do Interior da Itália, Marco Minniti, que é da legenda governista de centro-esquerda Partido Democrático (PD), fez apelos contra o fascismo e o nazismo.
“Não tem nenhuma razão que possa justificar um ato criminal de um criminoso. O único ponto de conexão entre as vítimas era a cor da pele, o que faz toda essa história ser inaceitável”, disse. “O fascismo na Itália morreu para sempre e não deixou uma lembrança boa ao nosso povo”, completou.