Um funcionário da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) afirmou à Associated Press, nesta manhã, que navios de guerra da coalizão patrulham a partir de hoje (23/03) a costa líbia a fim de assegurar o cumprimento do embargo à venda de armas imposta pelas Nações Unidas ao governo de Muamar Kadafi.
Ontem (22/03), os países que lideram a coalizão (EUA, França e Reino Unido) afirmaram ter chegado a um acordo sobre a utilização das forças da OTAN, após uma conversa por telefone entre seus respectivos líderes, os presidentes Barack Obama, Nicolas Sarkozy e o primeiro-ministro David Cameron.
A missão inicialmente será composta por duas frotas navais da OTAN que patrulharão rotineiramente o Mar Mediterrâneo. As frotas são compostas por duas fragatas, seis detectores de minas e um navio de abastecimento.
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No entanto, ainda é controverso a definição exata do papel da OTAN no conflito. Jornais franceses destacaram hoje que França e EUA divergem ao descrever o papel da organização. De acordo com o Le Figaro, a Casa Branca entende que a OTAN desempenhará um “papel chave” na missão, enquanto a França fala num mero “apoio”. Le Figaro destaca um comentário do ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé, que disse que “a intervenção na Líbia é conduzida por uma coalizão e não é portanto uma operação da OTAN”.
Para assumir o comando da ação a OTAN precisa da aprovação de 28 de seus países-membros, entre eles a Turquia, que insiste em uma operação militar mais restrita e garantias de que não haverá uma ocupação na Líbia. Como a força internacional que ataca a Líbia tem também a participação de países árabes, a França acha que passar a liderança para a OTAN seria uma provocação aos muçulmanos. Os EUA, por sua vez, desejam entregar o controle da operação o quanto antes.
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“Quando essa transição ocorrer, não serão nossos aviões que manterão a zona de exclusão aérea. Não serão nossos navios que necessariamente controlarão o embargo de armas. Isso é exatamente o que as outras nações farão”, disse Obama em uma entrevista à imprensa ontem, em El Salvador.
A Itália e o Reino Unido já disseram que preferem passar a coordenação dos ataques para a OTAN.
Na quinta-feira (24/03), o Conselho de Segurança da ONU, que autorizou a intervenção, vai avaliar a ação das forças internacionais na Líbia. Os integrantes do conselho irão ouvir o relato do secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre os primeiros sete dias de ataques às forças de Kadafi.
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