O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, pediu nesta quinta-feira (16/09) que os Estados Unidos retirem o bloqueio político e econômico contra Cuba.
Ao lado do seu homólogo cubano Manuel Díaz-Canel, durante a celebração dos 211 anos da independência mexicana, em frente ao Palácio Nacional, AMLO, como é conhecido o mandatário, disse que nenhum Estado “tem o direito de subjugar outro país”.
O mandatário mexicano afirmou na ocasião que Díaz-Canel representa um povo que, “como poucos no mundo”, soube “defender seus direitos, viver livremente com dignidade e independente, sem permitir a interferência de qualquer potência estrangeira em seus assuntos internos”.
López Obrador ainda disse que “62 anos sem submissão é um feito histórico indiscutível”, pelo qual o povo cubano merece um prêmio de dignidade por sua luta em defesa da soberania do país. Isso somado a um “exemplo de resistência” deveria ser, para o mexicano, “declarado patrimônio mundial”.
Fazendo uma saudação ao ex-presidente norte-americano Jimmy Carter, que durante seu governo devolveu o canal do Panamá ao Estado panamenho, o mandatário do México disse esperar que Joe Biden, que para ele “tem sensibilidade política suficiente”, tome essa decisão pela reconciliação e “acabe para sempre com a política de danos contra Cuba”.
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Diaz-Canel (à esquerda) e Lobez Obrador (à direita) participam de comemoração da independência mexicana
Por sua vez, Díaz-Canel afirmou ser de “valor incomensurável” o convite de honra que recebeu de seu homólogo mexicano. Ele também agradeceu “profundamente” o envio do México de alimentos e suprimentos médicos para a ilha “para aliviar os efeitos combinados de assédio econômico e da pandemia”.
“Por essa razão, nossos profissionais e técnicos da saúde não hesitaram em acompanhar o quanto foi necessário o povo cubano”, declarou.
O presidente cubano também lamentou o “ataque de uma guerra multidimensional” sofrida pela ilha, “com um bloqueio criminoso oportunisticamente intensificado com mais de 240 medidas em meio à pandemia da covid-19”, cujo impacto acomete também outros países menos desenvolvidos. “Estamos enfrentando em paralelo uma agressiva campanha de ódio, desinformação, manipulação e mentiras montadas nas mais diversas plataformas digitais, que ignora todos os baixos limites éticos”, apontou Díaz-Canel.
Em agradecimento à solidariedade e cooperação mexicana, ele lembrou da longa aliança entre as duas nações latino americanas e reforçou o compromisso de defender uma “unidade na diversidade de nossa América”.
A celebração dos 211 anos de independência contou com desfile militar, hasteamento da bandeira nacional e declamação do hino mexicano.
Ainda no México, os presidentes de Argentina, Bolívia, Peru, Cuba e outras nações se encontrarão neste sábado (18/09) na cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), organismo fundado em 2011 com a ajuda do ex-líder venezuelano Hugo Chávez.