As relações diplomáticas entre EUA e UE (União Europeia) foram estremecidas na noite deste sábado (29/06). Novos documentos vazados da NSA (sigla em inglês para Agência de Segurança Nacional) comprovam que Washington grampeou atividades do prédio da UE em Nova York e em Bruxelas, sede da entidade.
O presidente do Parlamento europeu, Martin Schulz, declarou neste domingo (30) que a espionagem de diplomatas e instituições europeias pelo programa norte-americano Prism – revelada pela revista alemã Der Spiegel – “é um grande escândalo”, que pode ter impacto nas relações entre os tradicionais aliados ocidentais. A União Europeia declarou oficialmente que aguarda explicações da administração Obama.
Agência Efe
O alemão Martin Schulz quer imediata resposta dos EUA em relação ao escândalo de espionagem
A ministra de Justiça da Alemanha, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, reiterou sua insatisfação com o suposto caso de espionagem. “Excede todo o imaginável que nossos amigos dos Estados Unidos olhem os europeus como inimigos”, afirmou a ministra. Sabine disse ainda que o caso lembra o comportamento “entre inimigos” durante a Guerra Fria.
O deputado europeu Daniel Cohn-Bendit sugere à UE que rompa imediatamente as negociações sobre o tratado de livre comércio com os Estados Unidos, “até a obtenção de um acordo com Washington sobre a proteção de dados confidenciais”.
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Segundo a revista Der Spiegel, em um dia a NSA tem acesso, só na Alemanha, à cerca de 20 milhões de conversas telefônicas e 13 milhões de comunicações na internet.
A revista afirmou ainda que a NSA espiona as representações da UE e da ONU nos EUA, com microfones instalados nesses edifícios e através da rede de computadores interna conectada a Bruxelas. Com esse sistema, os serviços secretos dos Estados Unidos tiveram acesso a conteúdos de conversas confidenciais, e-mails e arquivos dos computadores da UE.
O novo escândalo gerou uma onda de indignação entre políticos alemães e europeus.