O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta segunda-feira (07/10) estar disposto a negociar sobre qualquer aspecto do orçamento federal com os republicanos, mas não sob a ameaça de moratória nem da paralisação parcial da administração, que completa hoje uma semana.
O presidente disse que “não há nenhum tema sobre o qual não esteja disposto a trabalhar, negociar e chegar a um compromisso de bom senso”, mas que se recusa a fazê-lo nas circunstâncias que os republicanos querem para alcançar seus objetivos.
“Não vamos negociar sob a ameaça de causar um prejuízo maior para nossa economia e as famílias de classe média. Não vamos negociar sob a ameaça de uma paralisação prolongada até que os republicanos obtenham cem por cento do que querem”, disse durante uma visita à Agência Federal para a Gestão de Emergências (Fema).
Agência Efe
“Não vamos negociar sob a ameaça de causar um prejuízo maior para nossa economia”, disse Obama
“Não vamos negociar sob a ameaça de uma catástrofe econômica que economistas e executivos advertem que pode ocorrer se o Congresso optar” pela moratória, acrescentou o presidente para alguns dos trabalhadores da Fema. Eles tiveram a função e o salário suspensos por causa do fechamento, mas voltaram ao trabalho por causa da ameaça esta semana da tempestade tropical Karen.
O presidente americano ressaltou a perda de serviços sofrida pelos cidadãos e pediu que o presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, que submeta a voto o projeto de lei para um financiamento temporário sem condicionantes. “Tenho a suspeita muito forte de que haja votos suficientes” para aprovar a legislação, disse.
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Obama lembrou a necessidade de elevar o teto da dívida, que será alcançado no próximo dia 17, e insistiu que é algo “rotineiro”, realizado mais de quarenta vezes desde o governo de Ronald Reagan (1981-1989) e que “nunca foi utilizado para negociar”.
Esta semana, os democratas na Câmara começaram a circular um pedido para conseguir uma maioria simples com o apoio de pelo menos 18 republicanos e conseguir, assim, aprovar a lei de orçamento temporário sem modificações.
Boehner afirmou neste domingo (06/10), em entrevista para o canal ABC, que o líder da minoria democrata, Nancy Pelosi, ainda não conseguiu os votos necessários.
Os Estados Unidos estão no sétimo dia de paralisação parcial das agências federais depois que a Câmara não aprovou a lei de financiamento temporário do governo antes de 1º de outubro, dia de início do ano fiscal de 2014.
Diante da falta de acordo para aprovar um orçamento, algo que vem ocorrendo desde 2009, o Congresso adotou durante os últimos anos o financiamento temporário para evitar um fechamento parcial da administração.
Este ano, a maioria republicana na Câmara se negou a dar o sinal verde à lei se não incluísse uma disposição que esvaziasse os fundos ou atrasasse a execução da reforma da saúde, também conhecida como “Obamacare”.