Atualizada às 19h24
Três dias após o histórico encontro entre os presidentes dos EUA, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, na Cúpula das Américas, o líder norte-americano enviou ao Congresso um informe no qual manifesta a intenção de retirar Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo. Embora parlamentares tenham 45 dias para analisar e responder ao documento, decisão final caberá à Casa Branca.
Agência Efe
Obama e Raúl Castro durante reunião bilateral no marco da VII Cúpula das Américas
Até o fechamento desta matéria, Cuba não havia se pronunciou sobre a medida. Dois grupos de dissidentes cubanos em Miami classificaram intenção de Obama de “disparate”.
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“Hoje o presidente enviou ao Congresso o relatório e as certificações requeridas que indicam a intenção do governo de rescindir a designação de Cuba como Estado patrocinador do terrorismo”, disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, em comunicado divulgado hoje.
A medida, renovada pelos EUA ao longo de 33 anos, sob o protesto de Havana e de diversos blocos integracionistas da região, é considerada fundamental pela ilha para dar continuidade ao processo de normalização das relações entre ambos os países, iniciado em 17 de dezembro, e a consequente abertura das respectivas embaixadas.
Agência Efe/ Arquivo
Cubanos celebraram o 1° de maio (imagem de 2013)
A manutenção de Cuba na lista é o mecanismo jurídico que legitima a imposição de sanções, como a proibição da venda e exportação de armas, e impede que o país tenha acesso aos recursos do Banco Mundial e de outros órgãos internacionais. No ano passado, os EUA reconheceram seu papel mediador no processo de paz levado a cabo em Havana entre a guerrilha e o governo colombiano, mas não retiraram o país da lista.
Medida planejada
Obama havia anunciado uma revisão sobre o tema em dezembro. Na última semana, o Departamento de Estado recomendou à Casa Branca que retirasse Cuba da lista.
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Ao Congresso, Obama afirmou que Cuba “não deu qualquer apoio ao terrorismo internacional” nos últimos seis meses e deu “garantias de que não irá apoiar atos de terrorismo internacional no futuro”.
Em um comunicado divulgado hoje, o secretário de Estado, John Kerry, afirma que “os Estados Unidos têm e continua tendo significantes preocupações e desacordos com diversas políticas de Cuba e ações, mas elas não estão de acordo com a designação de Estado patrocinador do terrorismo”.
O texto diz ainda que a situação mudou desde 1982, quando a ilha foi inserida na lista devido aos seus esforços de promover uma “revolução armada na América Latina”.
Atualmente somente Cuba, Irã, Sudão e Síria se encontram na lista de países patrocinadores do terrorismo.