O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recebeu hoje (18), em Washington, o primeiro-ministro israelense, Benjamim Netanyahu, para discutir, entre outros assuntos, o processo de paz no Oriente Médio e o programa nuclear iraniano. Obama defendeu a criação do Estado palestino para incentivar o processo de paz na região e disse que Israel tem “obrigações claras a esse respeito”. Netanyahu concordou, mas afirmou que isso só acontecerá se os palestinos reconhecerem Israel como um Estado judeu.
“Sugeri ao primeiro-ministro que ele tem uma oportunidade histórica para conseguir movimentos sérios neste assunto durante seu mandato”, declarou Obama em coletiva de imprensa após a reunião, que durou cerca de duas horas. O presidente ainda afirmou que convém às duas partes “uma solução de dois Estados”.
Obama não é a primeira personalidade de peso a defender a criação do Estado palestino. Semana passada, o papa Bento XVI fez o mesmo em visita à Terra Santa.
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Líderes se encontram em meio a discordâncias
Netanyahu disse querer começar as negociações “imediatamente”, sem mencionar a criação do Estado palestino. E apesar de cobrar dos palestinos o reconhecimento do Estado judeu, declarou: “Quero dizer claramente que não queremos governar os palestinos”.
As negociações de paz haviam sido deixadas de lado com a invasão israelense à Faixa de Gaza, no final do ano passado e começo deste, que causou a morte de cerca de 1.400 palestinos e 13 israelenses.
As políticas de Estados Unidos e Israel para o Oriente Médio estão em dissonância. Enquanto Obama acredita que a solução para a tensão na região está na criação de um Estado palestino que conviva em paz com Israel, Netanyahu aponta que o passo mais importante atualmente é acabar com a suposta ameaça nuclear iraniana.
Irã
Obama e Netanyahu também discutiram a situação do programa nuclear iraniano, que o israelense afirma ter fins militares e definiu como “a questão mais premente” para o país. O norte-americano, que tem feito gestos de aproximação com o Irã, acha que as conversas poderiam começar a partir de junho, após as eleições iranianas.
Apesar de ter ressaltado que não se devem impor “calendários artificiais”, Obama calculou que, até o final do ano, será possível determinar se o processo de aproximação rendeu frutos. “Queremos trazer o Irã para a comunidade mundial, mas não vamos conversar para sempre”.
Ainda há um longo caminho a ser percorrido. Em primeiro lugar, é difícil para Netanyahu assimilar a criação de um Estado palestino, algo que ele combateu ao longo de toda a sua carreira política. Segundo, porque os israelenses estão convencidos de que o Irã representa uma ameaça.
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