O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta sexta-feira (01/01) que pretende agir para conter a violência por armas de fogo em seu país. Segundo o jornal norte-americano The Washington Post, ele irá anunciar na próxima semana uma série de medidas executivas para aumentar o controle de venda de armas.
Em seu primeiro pronunciamento semanal de 2016, transmitido por rádio nesta sexta-feira, Obama disse que está agindo unilateralmente porque o Congresso norte-americano tem falhado em tratar da crescente violência por armas de fogo no país.
Agência Efe
Loja de armas na cidade de Parker, Colorado; Obama que aumentar controle de vendas de armas nos EUA
“Há alguns meses eu orientei minha equipe na Casa Branca para encontrar novas medidas que eu possa implementar para ajudar a reduzir a violência por armas de fogo”, afirmou. “Eu recebo cartas demais de pais, professores e jovens [sobre isso] para continuar sentado sem fazer nada.”
“Recebo cartas de proprietários de armas responsáveis que sofrem conosco cada vez que essas tragédias acontecem; que compartilham minha crença de que a Segunda Emenda [da Constituição dos EUA] lhes garante o direito de portar armas; e que compartilham minha crença de que nós podemos proteger este direito enquanto evitamos que alguns poucos irresponsáveis e perigosos indivíduos causem dano em grande escala.”
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Ele anunciou que vai se encontrar na próxima segunda-feira (04/01) com a procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, para discutir possíveis ações do Executivo neste sentido. De acordo com fontes anônimas do Washington Post, o presidente norte-americano vai finalizar uma série de novas medidas para controlar a venda de armas nos EUA e vai anunciar suas propostas nos próximos dias.
Segundo o jornal, uma das principais propostas de Obama é o requerimento que vendedores de armas sem licença obtenham tal licença oficial e realizem checagens sobre os antecedentes de potenciais compradores – exigência que hoje contempla somente pessoas “ativas no negócio” das armas, como proprietários de lojas de armas de fogo. Esta mudança se direciona a vendedores ocasionais, que comercializam armas através da internet ou em feiras de armas.
Obama já admitiu que a dificuldade em modificar as leis que regulam a venda e o porte de armas nos EUA é a “maior frustração” de seu governo. Ele enfrenta forte oposição da maioria de políticos republicanos e de parte dos democratas, assim como de grande parte da sociedade norte-americana, que defende veementemente a manutenção do fácil acesso a armas de fogo no país.
Ataques com armas do fogo em lugares públicos, particularmente escolas e universidades, têm se tornado cada vez mais frequentes no país. Somente em 2015, houve mais de 300 casos.