Desde 2010, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tem conhecimento das escutas telefônicas aplicadas pela NSA (Agência Nacional de Segurança norte-americana) no celular de Angela Merkel, chanceler alemã.
Leia mais:
Milhares protestam contra espionagem dos EUA em Washington
Segundo publicou neste domingo (27/10) o jornal alemão Bild am Sonntag, ao ser informado pelo diretor da agência, Keith Alexander, além de não solicitar que o programa de espionagem fosse suspenso, Obama teria solicitado um relatório completo sobre a chanceler. A informação contradiz a versão do governante americano, que disse para Merkel que não tinha conhecimento sobre os grampos, nesta quarta-feira (23), quando o caso veio a público.
A Alemanha anunciou que enviará nos próximos dias uma delegação “de alto nível” aos Estados Unidos para obter dados sobre o assunto da Casa Branca e dos serviços de inteligência.
Leia mais:
França e Alemanha tentam acordo bilateral para frear espionagem dos EUA
“Espionar é um delito e os responsáveis devem responder por isso”, disse em entrevista para o Bild am Sonntag o ministro do Interior, Hans-Peter Friedrich. Neste mesmo ano ele já havia viajado a Washington para se reunir com a administração Obama, após a divulgação de um suposto programa norte americano de espionagem em massa de cidadãos alemães, governos e instituições da União Europeia.
NULL
NULL
“Se os americanos grampearam telefones na Alemanha, infringiram a lei alemã em território alemão, o que representa violar nossa soberania, o que é algo inaceitável”, condenou Friedrich.
De acordo com a publicação, a NSA não só espionou o celular do partido da chanceler usado por Merkel até julho de 2013, como chegou a grampear o telefone aparentemente seguro que ela passou a utilizar a partir de agosto.
As informações eram coletadas no quarto andar da embaixada americana em Berlim, onde trabalham 18 agentes da NSA, e enviadas diretamente para a Casa Branca. Elas não passavam pela central da agência de inteligência em Fort Meade, nos Estados Unidos, como é habitual com todas as informações coletadas pelos agentes.
Esta é a segunda revelação a respeito do programa de espionagem norte-americano sobre a chanceler neste final de semana. No sábado (26), a revista alemã Der Spiegel já havia revelado que o celular de Merkel estava em lista de “coleta especial” da NSA desde 2002.
* Com informações de agências internacionais