O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou nesta terça-feira (03/06) que pretende aumentar a presença militar norte-americana no leste da Europa e, para tanto, vai pedir ao Congresso do país um fundo de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2,3 bilhões). O mandatário chegou a Varsóvia nesta manhã para uma visita de quatro dias no continente, incluindo idas à Ucrânia e a Bruxelas.
Agência Efe
Obama anunciou, ao lado do presidente da Polônia, Bronislaw Komorowski, plano militar para a Europa do leste
O plano envolve o aumento de exercícios, de treinos e tropas na Europa Oriental e maior frequência de envio de navios dos Estados Unidos aos mares Báltico e Negro. Além disso, especialistas norte-americanos seriam enviados à região para estudar a área a fim de aumentar a velocidade da resposta militar a uma agressão. Ucrânia, Geórgia e Moldávia também receberão, caso o projeto se concretize, ajuda dos EUA.
“Nosso comprometimento com a segurança da Polônia, assim como com a segurança dos nossos aliados na Europa central e do leste é o alicerce da nossa própria segurança e é sacrossanto”, afirmou Obama ainda no aeroporto Chopin, de Varsóvia, tendo ao fundo caças de fabricação norte-americana. “Como amigos e aliados, nós permaneceremos unidos para sempre.”
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Washington não nega, também, que o plano seja uma resposta aos russos.
Em nota, a Casa Branca afirmou que “uma presença persistente dos EUA por ar, terra e mar na região, especialmente na Europa central e do leste, é uma demonstração necessária e apropriada para aliados que contribuíram robusta e bravamente para as operações da Aliança [OTAN] no Afeganistão e outros lugares, e que agora estão profundamente preocupados com a ocupação e a tentativa de anexação da Crimeia e outras ações provocativas na Ucrânia pela Rússia”.
Segundo o jornal The New York Times, a Polônia pressionava os norte-americanos para uma resposta mais efetiva frente às ações russas na Ucrânia. Varsóvia teria chegado a pedir, até, a instalação de uma base dos EUA em território polonês, apesar de um acordo firmado entre Rússia e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), após o fim da Guerra Fria, que bloqueava esse tipo de construção no leste da Europa. Para o país, o pacto perdeu o valor após a anexação da Crimeia por parte de Moscou.
Agência Efe
Obama quer US$ 1 bilhão para treinamento de militares e ajuda a países como Ucrânia, Geórgia e Moldávia
No entanto, de acordo com periódicos norte-americanos, mesmo a promessa de ajuda militar não deve agradar de todo os líderes do leste europeu, que pedem, a modelo de Varsóvia, uma presença mais fixa dos EUA na região.
Como parte da programação da viagem oficial, Obama deve receber nesta quarta-feira (04/06) o presidente eleito da Ucrânia, Petro Poroshenko. Depois, o norte-americano vai a Bruxelas para a reunião do G7 (que era G8 até a exclusão da Rússia, após o episódio da Crimeia).