O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou nesta segunda-feira (18/04) que a organização enviará ajuda humanitária à Líbia. Segundo o diplomata, um acordo foi fechado com o governo do ditador líbio, o coronel Muamar Kadafi, que permite acesso à cidade de Misrata, terceira maior do país e alvo de intensos combates entre as tropas oficiais e os rebeldes, que lutam pelo fim do regime.
De acordo com informações da subsecretária para Assuntos Humanitários da ONU, Valerie Amos, que se reuniu em Trípoli, neste domingo (17/04), com o primeiro-ministro líbio, Mahmud Baghdadi, um grupo de funcionários da ONU será enviado para a Líbia para auxiliar na segurança dos civis.
A ONU estima que aproximadamente 3,6 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária. De acordo com Ban Ki-moon, 310 milhões de dólares foram reservados para ajudar a Líbia mas, até o momento, apenas 41% foram repassados.
Apesar do sucesso do acordo, o secretário-geral fez outro apelo para a imposição “imediata” de um cessar-fogo, isso porque as autoridades líbias não garantiram a interrupção das hostilidades durante a missão da organização.
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“Considerando a magnitude da crise e na medida em que os confrontos se mantêm, é absolutamente necessário que as autoridades líbias parem de atacar, de matar pessoas”, disse ele.
Esta será a segunda operação de ajuda humanitária da ONU na Líbia, sendo a primeira estabelecida em Benghazi, cidade localizada na região leste do país e controlada pelos rebeldes.
Histórico
A Líbia enfrenta, desde fevereiro, confrontos armados de grupo rebeldes que pedem o fim do regime de 41 anos do coronel Muamar Kadafi. As tropas opositoras, baseadas em Benghazi, segunda maior cidade do país, chegaram a conquistar boa parte do leste do país, e avançaram para perto da capital Trípoli. Houve acusações por parte de opositores de que o governo líbio teria atacado civis, no mesmo momento em que vários ministros e diplomatas teriam desertado, assim como alguns militares. Entretanto, o governo, mais bem armado e em maior número, iniciou uma forte e rápida contraofensiva e fez com que os rebeldes recuassem de volta ao leste.
Antes que os rebeldes fossem encurralados em Benghazi, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas aprovou, no dia 17 de março, a Resolução 1.973, que autorizava uma zona de exclusão aérea no território líbio. Um dos trechos da resolução previa um cessar-fogo entre as tropas de governo e os rebeldes, além da utilização de “todos os meios necessários” para a “proteção dos civis”. Dois dias depois, teve início a intervenção aérea militar liderada por França, Estados Unidos e Reino Unido, que desde então passaram a atacar alvos militares do regime. Em nenhum trecho da resolução houve menção à queda do ditador Kadafi ou à preferência por um dos lados do conflito.
Até o momento, o país permanece dividido e em guerra. O governo de Kadafi comanda a porção leste do país desde Trípoli. Já o Conselho de Transição, órgão que representa os opositores e conta com o reconhecimento de parte da comunidade internacional como “representante oficial” do país, ocupam o oeste desde Benghazi. Os rebeldes só conseguem avanços significativos com a ajuda dos ataques da coalizão internacional, que estuda armá-los. As cidades de Brega e Misrata são as mais atingidas nos últimos dias pelos combates.
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