Após a declaração de lei marcial do Exército da Tailândia, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta terça-feira (20/05) que a violência seja evitada e os princípios democráticos sejam respeitados por todas as partes envolvidas na crise política. A opinião dele foi seguida por outros países, que também se manifestaram.
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Em comunicado emitido pelo porta-voz, Ban afirmou estar “acompanhando de perto” os eventos e lembrou que já há algum tempo pede às partes envolvidas para “trabalharem juntos para conseguir uma saída ao conflito através do diálogo”. “A forma de garantir a paz e a prosperidade na Tailândia é através do respeito total dos princípios democráticos e do compromisso com o processo democrático”, afirmou o secretário-geral da ONU. Além disso, ele chamou “todas as partes a exercerem mais moderação, evitar qualquer violência e respeitar totalmente os direitos humanos”.
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A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Jen Psaki, afirmou que os EUA estão preocupados com a situação. “Instamos todas as partes a respeitar os princípios democráticos, incluindo o respeito pela liberdade de expressão. Esperamos que o Exército honre seu compromisso de fazer dessa uma ação temporária para prevenir a violência, não para enfraquecer as instituições democráticas”, disse.
Agência Efe
Na Tailândia, manifestantes antigovernistas protestam contra lei marcial imposta pelo Exército nesta madrugada
A União Europeia, por sua vez, se manifestou dizendo que a prioridade da Tailândia é organizar eleições e estabelecer um governo legítimo. O primeiro-ministro interino do país, Niwattumrong Boonsongpaisan, convocou o pleito para agosto, apesar de, inicialmente, estar previsto para julho. Como os EUA, a UE pediu ainda que os militares respeitem os direitos humanos internacionais, incluindo a liberdade de imprensa.
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Nas Filipinas, o secretário de Finanças, Cesar Purisima, afirmou que a crise tailandesa pode afastar investidores, mas que o comércio ainda estava fluindo. “Estamos apenas torcendo nos bastidores para que eles resolvam isso. A Tailândia é um grande país. Eles mostraram sua capacidade de resistência e estamos confiantes de que este é um soluço de curto prazo”.
A Indonésia também se pronunciou, através do ministro de Relações Exteriores, Marty Natalegawa, que disse que o país espera ver a normalidade restabelecida logo na Tailândia. “A Indonésia tem consistentemente pedido o respeito pelo processo constitucional e princípios democráticos para promover a conciliação nacional e a unidade, refletindo a vontade do povo tailandês”, declarou.
No Japão, o chefe de gabinete Yoshihide Suga instou a Tailândia a resolver as disputas pacificamente. Além disso, ele informou que Tóquio tomará as atitudes necessárias para assegurar a segurança dos cidadãos e das empresas japonesas na Tailândia.
A Austrália, por sua vez, disse que oferece à Tailândia “boa vontade e apoio” enquanto o país tenta resolver suas dificuldades políticas, de acordo com o Departamento de Relações Exteriores e Comércio.
Lei marcial
Durante a madrugada, o chefe do Exército tailandês, Prayuth Chan-Ocha, declarou lei marcial para garantir “a paz e a ordem” nos protestos antigovernamentais, que começaram em outubro passado e nos quais morreram 28 pessoas. Também há manifestações pró-governo em todo o país.
Em um anúncio transmitido pela televisão, Prayuth disse que não se trata de um “golpe de Estado” e que o objetivo é evitar que a violência se espalhe entre grupos de manifestantes rivais.